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Último ditador argentino é condenado a 15 anos de prisão

Reynaldo Bignone, que governou o país entre 1976 e 1983, foi condenado nesta quinta-feira a 15 anos de prisão por delitos de lesa-humanidade

O ex-ditador foi o responsável por ordenar a destruição de todos os documentos sobre detenções, torturas e assassinatos de desaparecidos (Wikimedia Commons)

O ex-ditador foi o responsável por ordenar a destruição de todos os documentos sobre detenções, torturas e assassinatos de desaparecidos (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 29 de dezembro de 2011 às 13h21.

Buenos Aires - O último ditador da Argentina, o ex-general Reynaldo Bignone, foi condenado nesta quinta-feira a 15 anos de prisão por delitos de lesa-humanidade cometidos em uma prisão clandestina dentro de um hospital público durante o regime militar que governou o país entre 1976 e 1983.

A sentença ditada nesta quinta-feira pelo Tribunal Oral Federal Nº 2 de Buenos Aires contra Bignone se soma as duas penas de prisão perpétua que o ex-general de 83 anos recebeu em julgamentos anteriores por crimes da ditadura.

O tribunal condenou ainda o ex-brigadeiro-do-ar Hipólito Rafael Mariani a oito anos de prisão e o civil Luis Muiña a 13 anos de prisão pelos delitos de privação ilegal de liberdade e torturas impostas a pessoas que estiveram detidas ilegalmente no hospital estatal de Posadas, na periferia de Buenos Aires, durante a ditadura.

Bignone e os outros dois acusados se negaram nesta quinta-feira a falar antes da divulgação da sentença. O julgamento começou em outubro e constitui o quarto contra o último ditador argentino (1982-1983), em prisão domiciliar por causa de sua avançada idade.

Ele foi o responsável por negociar a transição para a democracia após assinar uma lei de anistia depois cancelada e ordenar a destruição de todos os documentos sobre detenções, torturas e assassinatos de desaparecidos. Ele responde também pelo roubo de bebês durante o regime militar.

A causa do hospital de Posadas é uma das que foi reaberta na Argentina após a derrogação parlamentar em 2003 das "leis do perdão", que livraram de responsabilidade mais de 1 mil pessoas vinculadas com violações aos direitos humanos durante a ditadura e cuja nulidade foi confirmada em 2005 pela Corte Suprema.

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