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Sobrevivente de desabamento em Bangladesh está 'muito bem'

Reshma, última sobrevivente do desabamento que matou 1.084 pessoas, ficou 17 dias soterrada até que foi encontrada sob os escombros


	Jovem de 18 anos é resgatada de escombros de desabamento de edifício em Bangladesh 
 (REUTERS/Sohel Ahmed)

Jovem de 18 anos é resgatada de escombros de desabamento de edifício em Bangladesh (REUTERS/Sohel Ahmed)

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Da Redação

Publicado em 11 de maio de 2013 às 10h39.

Reshma, a milagrosa sobrevivente do edifício que desabou perto de Dacca e que permaneceu 17 dias sob os escombros, está muito bem e recupera suas forças pouco a pouco, afirmaram neste sábado os médicos de Bangladesh responsáveis por tratá-la.

"Nunca perdeu a esperança", disse à AFP o médico Fakrul Islam, que falou na manhã deste sábado com a jovem de 18 anos.

"Está muito bem, todos os seus órgãos vitais estão bem", explicou, acrescentando que passou muito bem a noite no hospital militar no qual foi internada.

A jovem costureira sofre, no entanto, os efeitos da falta de comida, depois de ter sobrevivido graças a "quatro biscoitos" e a um pouco de água. Mas começou a se alimentar novamente e comeu frutas.

Sua família pôde visitá-la no hospital, entre eles sua mãe, seu irmão e irmã.

Reshma Islam foi resgatada depois de passar 17 dias entre os escombros do subsolo de um edifício que abrigava ateliês têxteis.


Mais de mil pessoas, principalmente operárias, morreram na catástrofe.

A operação de resgate de Reshma foi seguida ao vivo pela televisão e por uma multidão que se reunia no local, em meio a orações.

Em seu povoado do norte do país, sua família não conseguia conter a alegria: "É um milagre. Havíamos perdido qualquer esperança de encontrá-la com vida", afirmou à AFP seu irmão Zahidul, que visitou todos os hospitais e necrotérios da cidade.

Segundo o chefe do corpo de bombeiros, ela foi localizada em um vão entre uma viga e uma coluna.

Um dos socorristas indicou que a mulher gritou pedindo ajuda quando as equipes de resgate inspecionavam as ruínas do Rana Plaza.

Em Savar, na periferia de Dacca, o exército tenta agora colocar fim às operações de resgate após a descoberta de dezenas de novos corpos entre os escombros, formando um balanço que já chega a 1.084 mortos.


Muitos cadáveres já não passam de esqueletos. Mais de 3.000 trabalhadores, às vezes com salários inferiores a 30 euros por mês, confeccionavam roupas para marcas como a britânica Primark (Associated British Foods) e a espanhola Mango quando o edifício desabou.

Alguns corpos puderam ser identificados graças a telefones celulares encontrados em algum bolso ou a algum documento ou bolsa.

Uma investigação preliminar concluiu que o desabamento do edifício, que já não estava em boas condições, teria sido provocado principalmente por vibrações de dois grandes geradores colocados em funcionamento durante uma queda de energia.

A polícia deteve doze pessoas, incluindo o proprietário do edifício e quatro donos de ateliês, por terem obrigado seus funcionários a voltar ao trabalho, apesar das rachaduras observadas na véspera nas paredes.

Bangladesh é o segundo produtor de roupas do mundo graças aos baixos salários e à abundante mão-de-obra. Este setor chave da economia, que gera 29 bilhões de dólares por ano, representou no ano passado 80% das exportações do país.

Mas há anos as ONGs denunciam as críticas condições de trabalho e as normas de segurança nesta indústria.

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