Bandeiras da União Europeia: montante destinado às operações de busca e resgate no Mediterrâneo passará de três a nove milhões de euros por mês (Emmanuel Dunand/AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de abril de 2015 às 21h27.
A União Europeia (UE) decidiu triplicar os fundos destinados às suas operações de busca e resgate no Mediterrâneo para enfrentar os naufrágios de navios repletos de imigrantes que tentam chegar à Europa.
"Queremos agir rápido, o que significa triplicar os recursos financeiros" da operação, declarou a chanceler alemã Angela Merkel após uma cúpula extraordinária em Bruxelas. O montante destinado passará de três a nove milhões de euros por mês.
"Nós triplicamos a Triton, enquanto a proposta era dobrar", ressaltou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
Ele indicou que os líderes europeus haviam anunciado um aumento de suas contribuições, com mais navios que vão patrulhar o Mediterrâneo, mas também aviões, helicópteros e pessoal.
Merkel confirmou que a Alemanha estava preparada para disponibilizar dois navios. A França também anunciou a disponibilidade de dois navios, e a Bélgica um.
"É importante que avancemos em todos os elementos para que, se possível, uma nova tragédia não volte a acontecer", acrescentou ela.
Sobre o mandato da Triton, Merkel indicou que não houve uma expansão do campo operacional, "mas nós provavelmente precisaremos discutir isso novamente", admitiu.
Em relação ao acolhimento dos requerentes de asilo, Merkel disse que os 28 países membros não "estabeleceram metas, porque acreditamos que 5.000 não é suficiente".
Os países também concordaram em "apoiar a proposta da Comissão para testar uma distribuição dos imigrantes em caso de necessidade", acrescentou ela.
Por sua vez, o presidente francês François Hollande anunciou que pretende apresentar uma resolução na ONU para destruir as embarcações de traficantes no mar Mediterrâneo.
"A decisão foi tomada para apresentar todas as opções para que os navios sejam apreendidos, aniquilados", declarou Hollande. "Isso só pode ser feito por meio de uma resolução do Conselho de Segurança e a França tomará a iniciativa com outros", garantiu.
Hollande disse ainda que a França fará a sua parte para acolher os refugiados sírios, recebendo entre "500 e 700" pessoas.
"Após a publicação do número de 5 mil, a França fará a sua parte, recebendo entre 500 e 700" refugiados sírios, declarou Hollande em entrevista coletiva ao final da reunião em Bruxelas.
O número de 5 mil, que figurava no projeto de declaração da reunião extraordinária ao qual a AFP teve acesso na véspera, não faz parte da versão final do documento.
"Sobre a questão do acolhimento dos refugiados, especialmente envolvendo pessoas que pedem asilo (...) a Comissão Europeia fez um pedido, especialmente para os refugiados sírios, e haverá a contribuição de cada país para garantir este dever de solidariedade", afirmou Hollande.