Colinas de Golã: decisão dos Estados Unidos reconhecerem o território israelense causou polêmica entre países (Ammar Awad/Reuters)
EFE
Publicado em 27 de março de 2019 às 10h29.
Bruxelas — A alta representante para a Política Externa da União Europeia (UE), Federica Mogherini, reiterou nesta quarta-feira, 27, que os 28 países do bloco não reconhecem a soberania de Israel sobre as Colinas de Golã, depois que os Estados Unidos decidiram reconhecê-la.
"A posição da UE em relação ao status das Colinas de Golã não mudou", disse Mogherini em um breve comunicado. "Em linha com a legislação internacional e as resoluções do Conselho de Segurança da ONU 242 e 497, a União Europeia não reconhece a soberania israelense sobre as Colinas de Golã ocupadas", acrescentou a alta representante da UE.
Em um movimento unilateral muito criticado, o governo de Donald Trump voltou a romper na última segunda-feira o consenso internacional ao reconhecer oficialmente a soberania de Israel sobre as Colinas de Golã, um território capturado da Síria em 1967 e anexado pelas autoridades israelenses em 1981.
A resolução 242 do Conselho de Segurança da ONU, de 1967, pediu a Israel que se retirasse dos territórios que tinha ocupado durante a guerra que se desenvolveu naquele ano.
Já a resolução 497, de 1981, considera "a decisão israelense de impor suas leis, jurisdição e administração nas Colinas de Golã sírias ocupadas nula, inválida e sem efeito internacional legal".
No entanto, o representante americano na ONU, Jonathan Cohen, defendeu ontem diante do Conselho de Segurança o reconhecimento, enfatizando que permitir que essa região estratégica seja controlada pela "Síria ou o Irã seria o mesmo que fazer vista grossa para as atrocidades do regime de (Bashar) al Assad e a presença maligna e desestabilizadora do Irã na região".
Cohen ressaltou que, para os EUA, não pode haver um acordo de paz no Oriente Médio que não resolva satisfatoriamente as necessidades de segurança de Israel em Golã.
A decisão de Trump foi criticada na ONU tanto por rivais dos EUA, como Rússia e China, como por alguns de seus aliados mais próximos, como os membros da UE que atualmente têm assento no Conselho de Segurança: Bélgica, França, Alemanha, Polônia e Reino Unido.