Portugal: governo pede ajuda e sofre pressão de sindicatos (Jamie McDonald/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de abril de 2011 às 13h00.
Hungria - Os ministros de finanças da União Europeia insistiram, neste sábado, que Portugal promova reformas e defenderam medidas de austeridade na região, enquanto milhares de trabalhadores europeus protestavam em Budapeste contra os cortes de gastos.
Os ministros das finanças e bancos centrais do bloco de 27 países, se reuniram no segundo dia de conversas informais fora da capital da Hungria, em resposta à crise na zona do euro. O encontro ocorreu após Portugal ter se tornado, na quarta-feira, o terceiro país da zona a pedir ajuda financeira à União Europeia e ao FMI.
Os ministros europeus disseram que, em troca de empréstimos emergenciais estimados em 80 bilhões de euros durante três anos, Lisboa teria que se comprometer com reformas estruturais mais profundas, buscando reduzir seu déficit orçamentário e suas dívidas a um nível sustentável.
"As regras são muito claras. Quem precisar da assistência dos outros países membros europeus e países membros da zona do euro terá que tomar medidas sustentáveis para reduzir o déficit, pois esta é a razão pela qual estão pedindo ajuda", disse à jornalistas o ministro das finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble.
Cerca de 30 mil pessoas de toda a Europa andaram pelo centro de Budapeste em protesto contra as medidas de austeridade fiscal, em manifestação organizada pela Confederação Europeia dos Sindicatos (ETUC, na sigla em inglês).
Manifestantes sopravam cornetas e gritavam frases como "Nós queremos empregos! Criem, não cortem (empregos)!"
Um dos manifestantes, Christian Guldentops, da CNE, o sindicato cristão belga, disse à Reuters: "Nós estamos vindo aqui para dizer não ao plano de Angela Merkel e Nicolas Sarkozy e ao plano de austeridade da União Europeia."
John Monks, secretário-geral da ETUC, disse que a Europa não deveria entrar em pânico com altas dívidas e disse que o custo de liquidar a dívida em países como a Grécia e a Irlanda é muito alto.
"Se estamos todos juntos, então o que os bancos, os mercados financeiros e os ricos e confortáveis estão fazendo? Nós queremos os mais largos ombros para suportar o fardo mais pesado, para que o peso não caia todo em cima dos pobres, dos mal pagos, dos desempregados..."