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UE planeja novos centros de produção de vacinas para não ficar atrás dos EUA

Apesar de ter comprado milhões de doses, a UE pode ter vacinas suficientes para dois terços da população só em setembro, três meses depois dos EUA

Sede da BioNTech na Alemanha: parte das vacinas em parceria com a Pfizer já são feitas na Europa, e UE quer aumentar produção (Kai Pfaffenbach/Reuters)

Sede da BioNTech na Alemanha: parte das vacinas em parceria com a Pfizer já são feitas na Europa, e UE quer aumentar produção (Kai Pfaffenbach/Reuters)

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Bloomberg

Publicado em 28 de dezembro de 2020 às 10h32.

Última atualização em 28 de dezembro de 2020 às 10h33.

A Alemanha tenta acelerar a produção de vacinas contra a Covid-19 em meio à corrida da Europa para recuperar o atraso em relação ao Reino Unido e aos EUA e acabar com a pandemia.

As campanhas de vacinação começam gradualmente em toda a região, mas autoridades estão preocupadas com o ritmo lento de distribuição, o que poderia levar a restrições mais longas e causar mais danos econômicos nos próximos meses. Em toda a Europa, mais de 400 mil pessoas morreram por coronavírus, que infectou 16,2 milhões na região e continua a se propagar.

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“Estamos trabalhando intensamente para ter produção adicional na Alemanha em breve”, disse Jens Spahn, ministro da Saúde do país, em entrevista na segunda-feira ao canal de TV ZDF, acrescentando que mais capacidade pode estar disponível em uma instalação em Marburg, já em fevereiro. “Isso aumentaria consideravelmente a quantidade.”

Menos de uma semana depois de a União Europeia aprovar a vacina desenvolvida pela Pfizer e BioNTech, o senso de urgência aumentou em meio a preocupações sobre uma cepa de transmissão mais rápida com origem no Reino Unido e que já foi encontrada na Espanha e em outros lugares da Europa.

Como outros países europeus, a Itália iniciou a campanha de vacinação no domingo, com prioridade para profissionais de saúde. O país busca agora acelerar o processo de vacinação em massa, o que levará meses, disse o ministro da Saúde, Roberto Speranza, em entrevista ao jornal La Stampa.

A Itália planeja contar com um centro de produção em Pomezia, nos arredores de Roma, onde uma parte do elemento viral da vacina da AstraZeneca é produzida. Um aeroporto militar próximo à capital distribuirá a vacina em todo o país.

Embora as vacinas ofereçam uma saída para a pandemia, gargalos prejudicaram a distribuição. Na Espanha, a entrega de vacinas sofreu atraso por um problema de logística na Bélgica e será adiada até terça-feira.

Para acelerar a distribuição, surgiu um debate sobre quebrar a licença da BioNTech ou compartilhá-la com outros fabricantes. Spahn, o ministro da Saúde alemão, rejeitou a proposta em favor de aumentar a capacidade existente, dizendo que mais fornecedores não acelerariam o processo porque a produção é complicada e requer preparação.

Depois de aprovar a primeira vacina semanas após os EUA e o Reino Unido, a UE promoveu o “Dia da Entrega” no domingo, quando doses da vacina foram distribuídas.

Mas a pompa não resolve o problema de oferta do bloco. A UE pode ter vacinas suficientes para dois terços da população apenas em meados de setembro, três meses depois dos EUA, de acordo com a empresa de pesquisas Airfinity, com sede em Londres.

Como resultado, autoridades imploram aos residentes, já cansados da pandemia, que adotem medidas de distanciamento e higiene, pois a maioria terá que esperar meses pela vacina.

“É importante ver que nem todos terão sua chance nestes primeiros dias”, disse Spahn, acrescentando no Twitter que pode haver ampla disponibilidade em meados do ano se outras vacinas forem aprovadas.

(Com a colaboração de Macarena Munoz Montijano)

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