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UE pede maior troca de informação frente ao terrorismo

Ao mesmo tempo, ministro pediu que a Europa coopere fortemente com outros membros da coalizão internacional que luta contra o Estado Islâmico


	Atentados em Paris: "O ataque foi na França, mas é como se tivesse sido em toda a Europa"
 (Reuters)

Atentados em Paris: "O ataque foi na França, mas é como se tivesse sido em toda a Europa" (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2015 às 11h34.

Bruxelas - Vários ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) se declararam nesta segunda-feira favoráveis a troca de mais informações para fazer frente à ameaça terrorista, após os ataques jihadistas da última sexta-feira em Paris.

"O ataque foi na França, mas é como se tivesse sido em toda a Europa. Fomos atingidos juntos, responderemos juntos e venceremos juntos o terrorismo e o Estado Islâmico", indicou o secretário de Estado francês de Assuntos Europeus, Harlem Désir, ao chegar ao Conselho das Relações Exteriores da União Europeia que abordará a situação após os ataques, que deixaram pelo menos 129 pessoas mortas.

Désir lembrou que entre os afetados há franceses, mas também cidadãos de vários outros países, e pediu determinação de todo o continente europeu para derrotar o terrorismo, garantir a segurança e a liberdade da população.

"Precisamos tomar muitas decisões, em particular em matéria de cooperação policial e judicial", disse ele, se referindo especialmente ao desbloqueio do regime de troca de dados de passageiros aéreos (PNR), combate ao tráfico de armas e financiamento do terrorismo e à possibilidade de reforçar os controles de fronteiras.

Ao mesmo tempo, pediu que a Europa coopere fortemente com outros membros da coalizão internacional que luta contra o Estado Islâmico na Síria e no Iraque.

"Assim como fez a França esta noite, destruindo centros de treinamento e de comando do EI, mas também trabalhando em uma transição e uma solução política com o apoio da comunidade internacional e todos os atores da região", indicou.

Na mesma linha opinou seu colega belga, Didier Reynders, que lembrou que a Bélgica sofreu no ano passado o primeiro ataque terrorista cometido por um combatente estrangeiro no Museu Judeu de Bruxelas.

"Estamos colaborando muito com a França na investigação e vamos tentar avançar para ter uma visão clara das redes e erradicá-las. Vamos encontrar todos os responsáveis", disse ele.

Perguntado sobre a ação no bairro de Molenbeek, na qual pessoas relacionadas aos ataques foram detidas, Reynders disse: "Não é a primeira vez e sabemos que temos que organizar mais ações nesse lugar, como em outros lugares da Europa. Para isso, temos que trocar mais e mais informações de inteligência, porque não é só gente daqui, prendemos muitos franceses em Bruxelas. Por enquanto, temos 30 mil combatentes estrangeiros na Síria e no Iraque, que chegam de 100 países diferentes".

O ministro das Relações Exteriores italiano, Paolo Gentiloni, também aceitou a ideia de compartilhar informação.

"Contra a ameaça do terrorismo precisamos de uma Europa unida e capaz de intervir. Depois da tragédia de Paris, não é momento de rachas, mas de estarmos unidos em nossa identidade comum europeia", enfatizou.

O ministro alemão Frank-Walter Steinmeier sustentou que todos sabem que é preciso manter a luta contra o Estado Islâmico.

"Particularmente, continuo achando que só avançaremos se trabalharmos energicamente na desativação do conflito na Síria", afirmou.

O titular britânico das Relações Exteriores, Philip Hammond, por sua vez, destacou que o mais importante é ter firmeza.

"Estamos mais determinados do que nunca. A guerra civil na Síria precisa acabar com um processo político renovado, para que todos possam estar centrados na batalha contra o EI", apontou.

Em meio à discussão, o comissário europeu de Política de Vizinhança e Ampliação, Johannes Hahn, ressaltou que é preciso combater o terror, mas que "não se pode confundir os atentados de Paris com os próprios refugiados que fogem do terrorismo e da guerra".

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