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UE pede garantias contra dumping comercial do Reino Unido

Negociações do Brexit tem clima tenso após o Reino Unido anunciar que irá para a batalha se não alcançar um acordo aceitável para a saída da União Europeia

Donald Tusk: Reino Unido "deve ser consciente" de que um acordo comercial deverá "englobar salvaguardas contra vantagens competitivas desleais" (Ints Kalnins/Reuters)

Donald Tusk: Reino Unido "deve ser consciente" de que um acordo comercial deverá "englobar salvaguardas contra vantagens competitivas desleais" (Ints Kalnins/Reuters)

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AFP

Publicado em 17 de maio de 2017 às 11h31.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, advertiu nesta quarta-feira ao Reino Unido que um futuro acordo de livre-comércio com o bloco após o Brexit deverá contar com "garantias contra vantagens competitivas desleais".

"É evidente que um acordo de livre comércio entre a UE e o Reino Unido, que é o que o Reino Unido escolheu, embora seja ambicioso e amplo, não pode significar sua participação no mercado único (europeu) ou suas partes", disse Tusk ante a Eurocâmara em Estrasburgo (nordeste da França).

Mas Londres "deve ser consciente" de que um acordo comercial deverá "englobar salvaguardas contra vantagens competitivas desleais mediante, entre outros, medidas e práticas fiscais, sociais, ambientais e regulamentares", acrescentou o coordenador dos presidentes europeus.

Desde que a primeira-ministra britânica, Theresa May, ativou formalmente o processo de divórcio, em 29 de março, as duas partes se preparam para negociações complexas, cujo início está previsto após as eleições britânicas antecipadas de 8 de junho.

Em um ambiente tenso, o Reino Unido anunciou que irá para a batalha se não alcançar um acordo aceitável de divórcio, algo que Bruxelas teme como uma tentativa de minar as regulações da UE em uma série de questões se as negociações esfriarem.

Embora May queira negociar ao mesmo tempo o divórcio e o futuro âmbito das relações com a UE, incluindo um acordo comercial, os europeus descartam discutir o futuro se não forem registrados primeiros avanços em suas três prioridades. A conta a ser paga por Londres, os direitos dos cidadãos e a fronteira na ilha da Irlanda.

A negociação da saída do Reino Unido está "agora nas mãos de nossos competentes advogados especializados em divórcios", declarou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, ante o Parlamento.

No dia 22 de maio, os 27 planejam aprovar finalmente suas diretrizes concretas de negociação e dar o mandato negociador ao francês Michel Barnier. A partir deste momento, o bloco já terá tudo pronto para iniciar a negociação.

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