A dívida grega vai continuar aumentando até alcançar 157,7% do PIB em 2011, avaliou a comissão (Garth Burger/Stock.xchng)
Da Redação
Publicado em 13 de maio de 2011 às 12h21.
Bruxelas - O comissário de Assuntos Econômicos europeu, Olli Rehn, reivindicou nesta sexta-feira à Grécia que adote mais medidas de consolidação, após saber das previsões econômicas da Comissão Europeia, que prevê descumprimento dos objetivos de redução do déficit e da dívida pública deste país.
"Sim, definitivamente é necessário adotar mais medidas de consolidação fiscal", declarou o comissário sobre o déficit público grego, que pelas suas previsões ficará em 9,5% em 2011, acima do percentual de 7,6% pactuado.
A dívida grega vai continuar aumentando até alcançar 157,7% do PIB em 2011 e 166,1% em 2012, diz o documento da Comissão Europeia, números também acima dos objetivos incluídos no resgate do país.
A missão da UE e do Fundo Monetário Internacional que está neste momento em Atenas para acompanhar o resgate de 110 bilhões de euros concedido no ano passado, será o responsável por avaliar "as necessidades finais sobre medidas adicionais de consolidação" que deverá adotar a Grécia, revela o comissário.
Em entrevista coletiva que ofereceu para apresentar as previsões econômicas da Comissão Europeia, Rehn reconheceu que o esforço feito até agora pela Grécia foi "sem precedentes", mas que Atenas precisa fazer os ajustes e as reformas anunciadas, por isso fez um chamado às forças políticas gregas e à população para que estejam à altura do desafio.
O comissário explicou ainda que os ministros de Finanças do euro começarão na próxima segunda-feira a preparar a possibilidade de conceder ajudas adicionais ao país, além do resgate de 110 bilhões de euros, embora disse que não haverá decisão antes de duas semanas, quando terão os resultados da missão da UE e do FMI.
Precisamente, fontes diplomáticas informaram que o líder do FMI, Dominique Strauss-Kahn, assistirá na segunda-feira à reunião do Eurogrupo em Bruxelas, na qual serão discutidas a quetão da Grécia e na qual está prevista a aprovação do resgate da UE e do FMI a Portugal, de 78 bilhões de euros.
Além disso, Rehn explicou que também há dados promissores para a Grécia, que registrou crescimento econômico de 0,8% no primeiro trimestre do ano, ao invés da contração de 0,1%, como tinha previsto Bruxelas.
Apesar dos bons dados, a Comissão Europeia prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) grego siga caindo para 3,5% em 2011, embora saia da recessão em 2012, com aumento do PIB de 1,1%.