União Europeia: decisão ainda precisará ser avaliada (Georges Gobet/AFP)
Da Redação
Publicado em 12 de maio de 2014 às 08h59.
Bruxelas - Os 28 países da União Europeia chegaram nesta segunda-feira a um princípio de acordo para incluir na lista de sancionados por ameaçar a soberania da Ucrânia 13 pessoas e duas companhias russas e ucranianas, informaram à Agência Efe fontes comunitárias.
A decisão ainda precisará ser avalizada hoje pelos ministros das Relações Exteriores da UE no conselho que realizam em Bruxelas, precisaram.
Os Estados-membros acordaram em nível de embaixadores ampliar assim a lista de indivíduos e empresas aos quais decidiu congelar seus bens ou proibir viajar para território comunitário por pôr em perigo a estabilidade e integridade territorial da Ucrânia, que até agora somavam um total de 48.
Para isso, chegaram igualmente a um acordo para ampliar a base jurídica das sanções, de modo que possam ser aplicadas medidas restritivas também a empresas desapropriadas na região ucraniana da Crimeia anexada pela Rússia.
Até o momento, só podiam ser afetadas pelas sanções companhias relacionadas com pessoas físicas que estivessem previamente incluídas na lista de sancionados.
Na chegada à reunião, os ministros europeus destacaram que a UE continua a preparação de sanções diplomáticas caso a situação exija adotar mais medidas restritivas.
O titular britânico das Relações Exteriores, William Hague, disse que a UE deve "seguir e intensificar a preparação de uma terceira rodada de sanções, determinada em particular pela atitude da Rússia frente às eleições" presidenciais que realizará Ucrânia no dia 25 de maio.
Os ministros abordam hoje o resultado dos referendos de independência organizados no domingo por forças pró-Rússia no leste da Ucrânia, que classificaram de ilegais.
"Essa tentativa de referendo tem zero credibilidade e aos olhos do mundo é ilegal e não cumpriu um único padrão de objetividade, transparência ou justiça", disse Hague, para quem "o importante é que as eleições ucranianas sigam adiante".
O titular luxemburguês, Jean Asselborn, classificou a consulta no leste da Ucrânia de "ilegal", assim como a chefe da diplomacia italiana, Federica Mogherini.
O titular holandês, Frans Timmermans, afirmou que "já tínhamos dito que não se podia organizar esse referendo na atual situação da Ucrânia".
"O resultado não é uma surpresa. Acho que simplesmente deveríamos ignorá-lo, porque não é uma contribuição", disse, e defendeu seguir acrescentando nomes à lista de sancionados pela UE por desestabilizar a soberania da Ucrânia.
"Não vemos especialmente que a Rússia esteja tentando aliviar a situação", declarou por sua parte o ministro lituano, Linas Antanas Likevicius.