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UE está cética sobre quebra de patente, mas pronta para discussão

O debate em torno do assunto ganhou força na quarta-feira, quando o presidente norte-americano Joe Biden apoiou a ideia, desde que passasse pela Organização Mundial do Comércio

Vacina russa Sputnik V.
 (Akhtar Soomro/Reuters)

Vacina russa Sputnik V. (Akhtar Soomro/Reuters)

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Julia Storch

Publicado em 8 de maio de 2021 às 13h04.

A União Europeia está cética sobre a utilidade de quebrar patentes de vacinas contra a Covid-19 para enfrentar a pandemia, mas está pronta para discutir uma proposta concreta, afirmou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, neste sábado.

Conversando com repórteres antes do segundo dia de uma cúpula da UE em Porto, Michel disse que a maneira de lutar contra a pandemia no momento é fazer mais vacinas com rapidez e retirar restrições de exportação sobre elas em países como Estados Unidos e Reino Unido, que produzem vacinas, mas não as vendem para outras nações.

"Na Europa, tomamos a decisão de possibilitar as exportações e encorajamos todos os parceiros a facilitar a exportação de doses", disse Michel, após discussões com líderes do bloco de 27 países na noite de sexta-feira.

Índia e África do Sul defenderam ano passado a quebra da patente de vacinas como uma maneira de reforçar a produção e garantir que o mundo seja atendido. O debate em torno do assunto ganhou força na quarta-feira, quando o presidente norte-americano Joe Biden apoiou a ideia, desde que passasse pela Organização Mundial do Comércio.

O tempo que levaria para um acordo na OMC e para construir uma capacidade maior para produzir vacinas significariam que essa quebra de patentes não seria uma solução rápida, dizem céticos.

"Sobre a propriedade intelectual - não achamos que, no curto prazo, é a bala de prata, mas estamos prontos para discutir o assunto assim que uma proposta concreta esteja na mesa", disse Michel.

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