Mundo

UE esperará reação russa ao plano de paz da Ucrânia

Ministros europeus vão esperar reação da Rússia diante do plano de paz apresentado pela Ucrânia, antes de aplicar mais sanções


	Ministro britânico William Hague: "veremos como Rússia está respondendo ao plano de paz"
 (AFP)

Ministro britânico William Hague: "veremos como Rússia está respondendo ao plano de paz" (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de junho de 2014 às 10h38.

Luxemburgo - Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) se mostraram a favor nesta segunda-feira de esperar a reação da Rússia diante do plano de paz do presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, para o leste do país, antes de decidir se aplicam novas sanções a Moscou por seu papel na crise ucraniana.

"Para sexta-feira veremos como a Rússia está respondendo ao plano de paz, veremos como foram as reuniões nos próximos dias", declarou à imprensa o titular britânico, William Hague, em sua chegada a um Conselho de Ministros das Relações Exteriores no qual é abordada a situação na Ucrânia anterior à cúpula de líderes da UE prevista para o dia 27.

Hague afirmou em qualquer caso que o presidente russo, Vladimir Putin, não deve duvidar de que a UE "está preparada para adotar essas medidas", e lembrou que se trabalhou muito em sua preparação.

Na opinião de Hague, Poroshenko apresentou um plano de paz "muito forte" e "muito bom", e confiou em que "agora todo o mundo, incluindo a Rússia, trabalhe nisso" e que Putin "traduza em ações" o apoio que deu a essa estratégia.

Por sua vez, pediu à Rússia para deter o fluxo de armas rumo à Ucrânia através das fronteiras e a instar aos grupos separatistas armados no leste do país a depor as armas.

"Agora há uma oportunidade para todos. À revelia disso, a UE poderá aumentar as sanções. Estão preparadas", comentou.

O ministro austríaco, Sebastian Kurz, afirmou que, "à parte das sanções necessárias, é importante manter abertos os canais de diálogo", enquanto o sueco, Carl Bildt, indicou que o plano de paz de Poroshenko "é uma tentativa construtiva que merece nosso pleno apoio".

Por outro lado, lamentou que por sua vez a Rússia deu boas-vindas ao plano, "está levando a cabo propaganda de guerra" sem dar sinais que estejam fechando suas fronteiras à passagem de armamento.

A chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, disse que o plano de paz é "essencial para o futuro do país" e o titular alemão, Frank-Walter Steinmeier, considerou que "sem dúvida alguma esta semana é decisiva para a Ucrânia".

"Esperamos agora da Rússia que se mostre disposta a cooperar" para evitar o fornecimento de armas à Ucrânia e o cruzamento de combatentes ilegais e também para "que exerça sua potencial influência" sobre os rebeldes pró-Rússia.

Como convidado, participa do Conselho o novo ministro ucraniano das Relações Exteriores, Pavel Klimkin, que pediu apoio ao plano de paz e que haja um controle eficaz nas fronteiras.

Por sua vez, o ministro espanhol de Relações Exteriores, José Manuel García-Margallo, considerou que "os sinais não são claros, há sinais negativos", como os sequestros de pessoal da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), mas também "sinais positivos", como que Putin tenha reconhecido Poroshenko como líder de Ucrânia.

O chanceler espanhol destacou que hoje esteve em contato com seus colegas da Polônia e Suécia para abordar a situação na Ucrânia assim como com a OSCE, já que "temos um espanhol em uma situação complicada na Ucrânia", em referência a que um dos observadores dessa organização retidos pelas milícias pró-Rússia no leste desde 29 de maio é dessa nacionalidade.

Em sua reunião de hoje, os ministros deram sinal verde às atas legais que permitirão que a UE e a Ucrânia assinem no próximo dia 27, nas margens do Conselho Europeu previsto para essa data, os capítulos comerciais que ainda precisavam de um acordo de associação entre as duas partes.

García-Margallo disse que a Espanha está com os líderes europeus na "conveniência que Ucrânia firme o acordo de associação e o acordo de livre-comércio" com a UE, a fim de que conte com um "marco" que dê um "respiro à economia ucraniana".

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCrise políticaEuropaRússiaUcrâniaUnião Europeia

Mais de Mundo

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história

RFK Jr promete reformular FDA e sinaliza confronto com a indústria farmacêutica

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde