Vice-ministro de Relações Exteriores, Abbas Araqchi: "esperamos que amanhã possamos confirmar ou não, mas esperamos confirmar", disse sobre o acordo (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 10 de janeiro de 2014 às 17h57.
Genebra - O Irã e a União Europeia parecem ter feito progresso em conversações nesta sexta-feira, em Genebra, quanto à resolução de importantes divergências sobre como implementar um histórico acordo nuclear, mas os Estados Unidos disseram que as discussões ainda não foram finalizadas.
O vice-ministro de Relações Exteriores, Abbas Araqchi, se reuniu com uma autoridade de alto escalão da UE em Genebra para solucionar detalhes práticos remanescentes do acordo firmado em 24 de novembro, pelo qual o Irã concordou em frear sua mais sensível atividade nuclear em troca do levantamento de parte das sanções impostas ao país.
Depois do encontro, ele disse à Reuters que as partes encontraram "soluções para cada divergência", mas são necessárias mais consultas antes que um acordo possa ser anunciado.
"Nós agora estamos levando as soluções para casa, todos nós. Esperamos que amanhã possamos confirmar ou não, mas esperamos confirmar", disse ele.
A União Europeia negocia com o Irã em nome de seis potências mundiais - Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha -, como parte dos esforços diplomáticos ligados à atividade atômica iraniana.
Um porta-voz da UE disse que houve um progresso "muito bom" em todas as "questões pertinentes", mas acrescentou que os resultados das conversações ainda precisam ser validados por autoridades em cargos superiores.
Em Washington, a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, disse a jornalistas que as conversações técnicas obtiveram um bom progresso, mas os relatos de que um acordo foi alcançado não são precisos.
"Havia algumas poucas questões pendentes, mas nesta altura, os relatos de que tudo foi finalizado estão incorretos", afirmou.
Os sete países precisam concordar sobre o momento em que o acordo entra em vigor, o que significa que a União Europeia e os Estados Unidos aliviarão as sanções em troca de concessões nucleares iranianas, e também sobre como vão verificar se o Irã está cumprindo a sua parte no trato.
Durante anos de ações diplomáticas intermitentes, o Irã rejeitou as alegações ocidentais de que sua atividade atômica tinha finalidade militar e afirmou precisar da energia nuclear para a geração de eletricidade e para propósitos medicinais.
Numa série de conversas entre peritos nucleares e especialistas em sanções de sete países e da UE para a implementação do acordo, realizadas desde 24 de novembro, emergiram várias questões relacionadas ao acerto final.
Pareceu haver divergências sobre a ordem em que as partes vão pôr o acordo em prática e quantos avisos prévios de que o Irã está cumprindo suas obrigações devem ser dados aos governos ocidentais antes da redução das sanções.
Outro problema durante as conversações foi a pesquisa de centrífugas avançadas, o que demonstrou as enormes dificuldades enfrentadas pelo Irã e as seis potências que negociam os termos precisos do acordo provisório.
O acordo deverá durar seis meses e as seis potências esperam aproveitar esse período para negociar um tratado final, amplo, sobre as ambições nucleares do Irã.