A União Europeia (UE) pediu que os membros do bloco recuperem o tempo perdido com novas contribuições para combater o ebola, num momento em que os Estados Unidos anunciaram o desbloqueio rápido de 88 milhões de dólares.
Em função da situação crítica, o Conselho de Segurança da ONU fará uma reunião de emergência na próxima quinta-feira com o objetivo de encontrar respostas em nível mundial para combater a epidemia de ebola.
Já a UE deve apresentar um grande compromisso na reunião internacional organizada no fim de setembro pela ONU em Nova York, disse a comissária europeia de Ajuda Humanitária, Kristalina Georgieva, ao concluir em Bruxelas os trabalhos de uma reunião ministerial.
Georgieva pediu aos países membros que estimem antes da reunião de Nova York suas contribuições para completar o pacote de 150 milhões de euros que a Comissão já destinou à luta contra a epidemia.
Em Washington, o presidente Barack Obama pediu ao Congresso a aprovação de uma parcela de 88 milhões de dólares (68 milhões de euros) adicionais, o que elevaria o montante total da ajuda dos Estados Unidos a 250 milhões de dólares.
Obama precisa detalhar seu plano de ação na terça-feira durante uma visita à sede principal dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos em Atlanta, Georgia (sudeste).
No dia 5 de setembro, a UE anunciou um pacote de quase 100 milhões destinado a reforçar globalmente os serviços públicos nos países envolvidos.
Para Georgieva, a mobilização europeia é muito necessária, já que a comunidade internacional perdeu muito tempo no início.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou que serão necessários nove meses e 500 milhões de euros para conter a epidemia.
Na reunião desta segunda-feira, convocada a pedido da França, uma dezena de países expuseram seu compromisso de desbloquear créditos e recursos, entre eles Alemanha, que indicou estar disposta a receber doentes.
Isolar o vírus, não a África
"Devemos isolar a doença, mas não os países", indicou o comissário a cargo da Saúde, Tonio Borg, depois que várias companhias aéreas cortaram as rotas aéreas com os países afetados, entre eles Guiné, Serra Leoa e Libéria.
O coordenador da ONU para o ebola, David Nabarro, pediu à UE que não repita os mesmos preconceitos apresentados no início da propagação da Aids.
A Human Rights Watch (HRW) convocou os governos envolvidos a garantir que as medidas tomadas respeitem os direitos fundamentais.
Serra Leoa decretou o confinamento de toda a população de 19 a 21 de setembro, enquanto as autoridades da Libéria são acusadas de realizar quarentenas arbitrárias.
"Devemos trabalhar contra o estigma", indicou o secretário de Cooperação Internacional da Espanha, Jesús Gracia, que participou da reunião.
A epidemia de ebola na África Ocidental, a mais grave da história desta febre hemorrágica identificada em 1976, matou mais de 2.400 pessoas dos 4.784 casos detectados, segundo o último registro de sexta-feira da OMS.
A reunião de Bruxelas também permitiu passar em revista as medidas de coordenação já tomadas para reforçar a proteção do Continente europeu contra qualquer propagação do vírus.
"Para a Europa, o risco é mínimo, mas devemos permanecer alertas", disse Borg.
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1. O que é ebola?
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1/13 (Tommy Trenchard/Reuters)
São Paulo -
Ebola é uma
doença viral aguda que causa febre hemorrágica. É causada por três das cinco espécies dentro do gênero. Duas espécies são capazes de infectar seres humanos, mas não parecem causar a doença. Os outros três podem causar graus variáveis de doença. O vírus Ebola Zaire é a estirpe mais mortal, e tem sido identificada como a causa do surto atual. Em epidemias anteriores, esta estirpe teve uma taxa de mortalidade de 90%.
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2. A origem
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2/13 (Frederick Murphy/CDC/Handout via Reuters)
A origem do vírus é incerta. Mas alguns especialistas acreditam que os morcegos podem abrigar o vírus em seu trato intestinal. Os primeiros seres humanos infectados e que espalharam a doença provavelmente caçaram e comeram um animal infectado.
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3. A epidemia atual
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3/13 (Tommy Trenchard/Reuters)
Este já é considerado o maior surto desde que o vírus ebola foi descoberto há quase 40 anos. O surto foi declarado em março, na Guiné. Desde então, a doença se espalhou para a Libéria, Serra Leoa e Nigéria e matou 60% dos infectados. São 1323 pessoas infectadas e 887 mortes, segundo o último balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS). Cerca de 60 mortes foram de trabalhadores de saúde que procuravam controlar a doença.
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4. Os sintomas
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4/13 (AFP)
Após o contágio, o paciente pode demorar até 21 dias antes de manifestar a doença. Os sinais são semelhantes aos da gripe, incluindo dores abdominais, febre, vômitos e diarreia. O quadro se agrava com a desidratação, insuficiência do fígado e dos rins, e hemorragia.
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5. Transmissão
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5/13 (Ahmed Jallanzo/Agência Lusa/Agência Brasil)
O vírus é transmitido diretamente pelo contato direto com sangue ou fluidos corporais dos infectados, inclusive dos mortos. O contágio é maior quando os pacientes já estão em estágios terminais, com hemorragia interna e externa, vômitos e diarreia, que contêm altas concentrações do vírus.
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6. O tratamento
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6/13 (Cellou Binani/AFP)
Não há um remédio específico para a doença. Os sintomas costumam ser tratados separadamente. Por exemplo, o soro intravenoso pode evitar a desidratação, enquanto um antitérmico diminui a febre. Já os analgésicos podem diminuir as dores. Aqueles que têm a doença identificada e recebem tratamento mais cedo têm mais chances de sobreviver à infecção. Infelizmente, como os sintomas são genéricos e parecidos com de outras doenças, o diagnóstico pode demorar.
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7. Como se proteger
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7/13 (AFP)
A melhor forma de se proteger da doença é evitar os locais onde há surto de ebola. Entre as recomendações do ministro da Saúde, Arthur Chioro, para quem tiver de viajar para estes países estão, por exemplo, seguir recomendações que serão dadas pelas autoridades sanitárias locais. Chioro aconselha os viajantes a não entrar em contato com secreções, vômitos e sangue das pessoas que são vítimas das doenças, que devem estar em isolamento e tratamento médico.
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8. Epidemia global
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8/13 (Tommy Trenchard / Reuters)
O risco de o vírus ser disseminado da África para a Europa, Ásia ou para as Américas é extremamente baixo, de acordo com especialistas em doenças infecciosas. O professor belga Peter Piot, um dos descobridores do vírus ebola, descartou uma epidemia fora do continente africano, em entrevista à AFP. Mesmo que um portador do ebola viaje até Europa, Estados Unidos ou outra região da África, o cientista não acredita que isto possa causar uma epidemia importante, pois a infecção requer um contato muito próximo. Mas Piot pediu que as vacinas e os tratamentos, promissores nos animais, sejam testados em humanos.
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9. Vacina experimental
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9/13 (sxc.hu)
Pesquisadores americanos planejam testar, em breve, uma vacina experimental contra o ebola. Se bem sucedida, poderá imunizar até 2015 trabalhadores de saúde, que estão na linha de fogo da epidemia. No próximo mês, os Institutos Nacionais da Saúde dos Estados Unidos começarão os testes em humanos da vacina, que já é promissora nas experiências em macacos.
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10. Fronteiras fechadas
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10/13 (Gary Cameron/Reuters)
Guiné, Libéria e Serra Leoa anunciaram na sexta-feira (2) que vão colocar em quarentena a região fronteiriça comum, onde surgiu o último surto do vírus ebola. O anúncio foi feito durante uma reunião de emergência para discutir a epidemia e depois de a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertar que o ebola pode provocar uma perda catastrófica de vidas e prejuízos econômicos, caso a epidemia não seja controlada.
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11. Não há mercado para a vacina
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11/13 (AFP)
Segundo a AFP, até agora não se conseguiu convencer as companhias farmacêuticas a investir em uma vacina contra o ebola. Andrea Marzi e Heinz Feldmann, do instituto de virologia NIAID, disseram em artigo publicado em abril que, com surtos esporádicos que costumam afetar um pequeno número de pessoas na África, não existe um mercado comercial para uma vacina contra a doença.
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12. Medicação
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12/13 (Samaritans Purse/Divulgação via Reuters)
Herve Raoul, especialista em patógenos e pesquisador do Instituto Médico Francês de Saúde, disse à AFP que o ideal é desenvolver um antiviral que ajude os doentes a superar a fase mais aguda da doença. No entanto, essa medicação não existe hoje. Atualmente, os especialistas só podem aconselhar medidas preventivas, como isolar os infectados, tomar precauções para evitar o contato com fluidos corporais e enterrar os mortos com rapidez.
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13. Agora veja 10 países onde respirar faz mal à saúde
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13/13 (Reuters)