Mundo

UE e EUA pedem à Turquia resposta a ataques do PKK

Ao menos dois soldados turcos morreram nesta terça-feira em um novo atentado contra um comboio militar atribuído ao PKK


	Curdos iraquianos simpatizantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK): a Turquia iniciou no dia 24 de julho uma "guerra contra o terrorismo"
 (Safin Hamed/AFP)

Curdos iraquianos simpatizantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK): a Turquia iniciou no dia 24 de julho uma "guerra contra o terrorismo" (Safin Hamed/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2015 às 14h53.

Bruxelas e Washington convocaram nesta terça-feira a Turquia a responder de forma proporcional aos ataques diários do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), enquanto crescia a preocupação com a magnitude da campanha aérea de Ancara contra os rebeldes curdos.

Ao menos dois soldados turcos morreram nesta terça-feira em um novo atentado contra um comboio militar atribuído ao PKK, ao mesmo tempo em que Ancara prosseguia com seus bombardeios contra as bases da guerrilha no norte do Iraque.

A Turquia iniciou no dia 24 de julho uma "guerra contra o terrorismo", que tem como alvos tanto o PKK quanto os combatentes do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) no norte da Síria.

Mas até o momento os ataques se concentraram principalmente na rebelião curda. O exército turco diz ter matado mais de 260 combatentes do PKK desde o início de sua ofensiva.

E cresce o temor pela segurança dos civis, depois que um meio de comunicação pró-curdo informou no fim de semana sobre a morte de 10 moradores de um povoado em um bombardeio, alegações negadas por Ancara.

Segundo um balanço da AFP, os atentados do PKK mataram ao menos 19 membros das forças de segurança turcas desde o fim da trégua.

O comissário europeu de Vizinhança e Ampliação, Johannes Hahn, mostrou-se muito preocupado com a escalada de violência.

"A UE reconhece que a Turquia tem o direito de se antecipar e reagir a qualquer forma de terrorismo, que deve ser condenado de forma inequívoca", afirmou Hahn em um comunicado publicado após uma reunião com o ministro turco das Relações Exteriores, Volkan Bozkir.

"A resposta deve, no entanto, ser proporcional, focada e não colocar de nenhuma maneira em risco o diálogo político democrático no país".

A partir de Washington, o porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner, afirmou: "Queremos que o PKK renuncie à violência e retome as discussões com o governo turco (...) e queremos que o governo turco responda de forma proporcional" aos ataques.

Drones armados

Um atentado lançado no dia 20 de julho em Suruç (sul), que deixou 32 mortos entre jovens militantes curdos, desencadeou um ciclo de represálias entre o PKK e o exército turco, acusado de não ter protegido a população local.

A guerrilha curda rompeu um cessar-fogo unilateral que remontava a 2013, e o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, colocou fim ao processos de paz que havia iniciado com os rebeldes.

As operações de sabotagem contra alvos econômicos se multiplicam na Turquia em paralelo aos atentados do PKK contra as forças de segurança.

Nesta terça-feira, uma explosão danificou um gasoduto entre o Azerbaijão e o leste da Turquia, provocando a suspensão do fornecimento de gás.

Enquanto isso, os Estados Unidos esperam aproveitar a autorização que acaba de ser concedida por Ancara para o uso de sua base aérea de Incirlik (sul) com o objetivo de bombardear o EI na Síria.

O Pentágono afirmou na segunda-feira que vários de seus drones armados haviam decolado de Incirlik para realizar missões na Síria.

"É apenas o início...", tuitou Brett McGurk, braço direito do general americano John Allen, o enviado especial de Washington encarregado da luta contra o EI na região.

Segundo meios de comunicação turcos, dezenas de pilotos americanos devem chegar nos próximos dias à base.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEstados Unidos (EUA)EuropaPaíses ricosTurquiaUnião Europeia

Mais de Mundo

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história