Resgate no Mediterrâneo: quase 9 mil pessoas, a maioria formada por africanos, foram resgatadas durante o fim de semana da Páscoa (Darrin Zammit Lupi/Reuters)
Reuters
Publicado em 18 de abril de 2017 às 16h10.
Última atualização em 18 de abril de 2017 às 16h11.
Roma - As embarcações de patrulha da União Europeia no mar Mediterrâneo estão colocando vidas em risco por operarem muito longe do litoral da Líbia, onde os imigrantes estão embarcando em viagens perigosas para a Europa, disse o diretor de uma organização de resgate nesta terça-feira.
Cada vez mais imigrantes estão se arriscando na travessia em barcos frágeis e superlotados à medida que o clima melhora durante a primavera local.
Quase 9 mil pessoas, a maioria formada por africanos, foram resgatadas durante o fim de semana da Páscoa, disseram agências de assistência da Organização das Nações Unidas (ONU).
"A Europa precisa resgatar as pessoas porque não pode permitir que morram em sua porta dos fundos", disse Chris Catrambone, empresário norte-americano que cofundou a Estação de Auxílio a Migrantes no Exterior (Moas, na sigla em inglês) com sua esposa italiana, Regina, em 2014.
Ele falava por telefone da embarcação de resgate Phoenix, da Moas, que depois de um final de semana de muito trabalho estava rumando lentamente para a Sicília com 463 imigrantes a bordo, entre eles 170 mulheres e crianças, e sete corpos recuperados do mar.
Atualmente a travessia da Líbia para a Itália é a principal rota imigratória para a Europa. Mais de 181 mil pessoas aportaram nas praias italianas no ano passado, e este ano testemunhou cerca de um terço a mais de recém-chegados em reação ao mesmo período de 2016.
Estima-se que cerca de 850 morreram no mar em 2017, o que faz com que se questione se colocar mais embarcações de resgate e patrulhar mais perto da Líbia não está estimulando o fluxo de imigrantes e aumentando o lucro dos traficantes de pessoas.