Mundo

UE diz que não mudará lei após negativa chinesa de pagar pelo CO2

Bloco quer que as companhias aéreas que voam para o continente paguem multas pelas emissões, mas medida enfrenta oposição de diversos países

Além da China, Estados Unidos, Brasil e México também criticaram a medida  (sxc)

Além da China, Estados Unidos, Brasil e México também criticaram a medida (sxc)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2012 às 17h52.

Bruxelas - A União Europeia (UE) reagiu nesta quinta-feira à rejeição da China em pagar pelas emissões de dióxido de carbono (CO2) geradas pelas empresas de aviação que viajam até o continente, afirmando que suas leis devem ser respeitadas e não serão modificadas.

"Quem quiser operar na Europa deve respeitar a lei", afirmou Isaac Valero-Ladrón, porta-voz da comissária europeia encarregada das mudanças climáticas, Connie Hedegaard.

A lei europeia, em vigor desde 1 de janeiro, inclui a aviação no sistema de direitos de emissões (ETS) europeu, obrigando os aviões que chegam ou saem do continente a comprar o equivalente a 15% de suas emissões de CO2 liberadas na atmosfera, em meio à luta contra o aquecimento global.

A China, no entanto, anunciou nesta quinta-feira que não cooperará com a lei e advertiu que estuda medidas de represália.

"Esta lei não será modificada e não viola nenhuma legislação internacional ou de soberania", afirmou em contrapartida o porta-voz de Hedegaard durante coletiva de imprensa.

A lei prevê multas de até 100 euros para as empresas de aviação por cada tonelada de CO2 que emitam e contempla inclusive a possibilidade de proibir voos na União Europeia. Os países que tomam medidas similares às europeias para reduzir a contaminação atmosférica podem ficar isentos do pagamento.

"A Europa dá aos países a opção de reduzir a sua maneira a poluição por emissão de CO2 da aviação, afirmou.

A lei gerou forte polêmica no mundo todo após ser anunciada em 2008. Países como Estados Unidos, Brasil e México também expressaram sua oposição à norma, alegando que ela prejudica seus voos longos. As empresas querem, ao menos, pagar apenas pelos gases liberados enquanto sobrevoam o território europeu.

As principais companhias do setor nos Estados Unidos (American, Continental e United Airlines) denunciaram a lei ante a justiça. Finalmente em dezembro o Tribunal de Justiça europeia avaliou a medida.

"Vamos continuar discutindo a questão com esses países, mas a lei não será modificada", disse o porta-voz.

A China advertiu nesta quinta-feira que não irá cooperar com a União Europeia quanto ao ETS", disse Chai Haibo, diretor adjunto da China Air Transport Association (CATA).

Acompanhe tudo sobre:AviaçãoCarbonoEmissões de CO2EuropaSetor de transporteUnião Europeia

Mais de Mundo

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde

Cristina Kirchner perde aposentadoria vitalícia após condenação por corrupção

Justiça de Nova York multa a casa de leilões Sotheby's em R$ 36 milhões por fraude fiscal

Xi Jinping inaugura megaporto de US$ 1,3 bilhão no Peru