As sanções europeias não definem por enquanto uma lista detalhada de produtos, que deve ser acrescentada em um regulamento posterior (Salah Malkawi/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 23 de abril de 2012 às 08h05.
Luxemburgo - Os países da União Europeia (UE) decidiram nesta segunda-feira impor uma nova rodada de sanções contra o regime sírio para vetar as exportações de produtos de luxo ao país.
A decisão foi fechada em reunião dos embaixadores dos 27 países do bloco e formalizada pelos ministros de Exteriores em um ponto sem debate no começo do encontro que mantêm hoje em Luxemburgo.
A nova rodada de sanções - que também limitará mais a venda à Síria de produtos que possam ser usados para a repressão - aponta diretamente para o luxuoso estilo de vida da família do presidente Bashar al Assad pouco mais de um mês depois que uma série de e-mails revelou como gastam milhares de euro em exclusivos artigos apesar do conflito no país.
Essas mensagens, publicadas pelo jornal britânico 'The Guardian', mostravam compras pela internet de objetos de design como candelabros e mesas procedentes de Paris por parte da mulher do presidente.
Os e-mails revelaram também que o próprio Assad usava um endereço eletrônico americano para escapar das sanções de Washington e poder conectar-se a páginas de entretenimento em seu tablet eletrônico e baixar música.
As sanções europeias não definem por enquanto uma lista detalhada de produtos, que deve ser acrescentada em um regulamento posterior.
Segundo fontes comunitárias, uma base para sua elaboração poderia ser as medidas deste tipo que já existem para países como a Coreia do Norte.
Nesse caso, as sanções internacionais proíbem a venda de produtos que vão desde alimentos exclusivos como caviar, trufas e determinados vinhos até cavalos, passando por roupas de luxo.
A decisão de seguir adiante com as sanções foi tomada após verificar a fragilidade do cessar-fogo na Síria e depois que vários ministros de Exteriores europeus advertissem hoje que a situação no país é muito preocupante.
'O reforço das sanções continua sendo um elemento importante', resumiu o ministro belga, Didier Reynders.