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UE ampliará lista de sanções por conflito na Ucrânia

A União Europeia decidiu acrescentar, em fevereiro, nomes à lista de pessoas submetidas a sanções por envolvimento no conflito na Ucrânia


	Soldados na Ucrânia: "esperamos que isso pressione a Rússia" declarou chefe da diplomacia europeia
 (Bulent Kilic/AFP)

Soldados na Ucrânia: "esperamos que isso pressione a Rússia" declarou chefe da diplomacia europeia (Bulent Kilic/AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2015 às 19h40.

Bruxelas - A União Europeia decidiu nesta quinta-feira acrescentar, no início de fevereiro, nomes à lista de pessoas submetidas a sanções por envolvimento no conflito na Ucrânia, no momento em que novas negociações de paz são anunciadas para sexta-feira em Minsk.

"Esperamos que isso pressione a Rússia a dar passos positivos" na resolução da crise na Ucrânia, declarou a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, durante uma coletiva de imprensa ao final de uma reunião de ministros em Bruxelas.

"Não posso dizer que estou contente por tomar esta decisão, a situação no terreno não é boa, mas mostramos a nossa unidade e que estamos dispostos a adotar novas medidas", ressaltou.

De acordo com o projeto de conclusões da reunião de ministros, a UE decidiu expandir a lista negra de pessoas sujeitas a sanções do bloco por seu envolvimento no conflito na Ucrânia. Os 28 também decidiram pela prorrogação até setembro da primeira série de sanções contra os separatistas ucranianos e autoridades russas, que expiram em março.

Além disso, o ministro das Relações Exteriores espanhol, José Manuel García Margallo, informou durante a coletiva de imprensa que os ministros "pediram aos serviços da UE que comecem a estudar a possibilidade de ampliar as sanções econômicas, financeiras e comerciais" contra a Rússia, a serem adotadas "caso a situação no terreno não melhore".

Negociações e novo ataque rebelde

Em Kiev, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, pediu nesta quinta-feira aos rebeldes pró-russos que voltem a negociar um novo cessar-fogo no leste da Ucrânia, onde os combates entre o exército e os separatistas aumentaram nos últimos dias.

Neste contexto, o grupo de contato - integrado por um ex-presidente ucraniano, o embaixador russo na Ucrânia e um representante da OSCE - anunciou uma nova reunião na sexta-feira em Minsk.

O comunicado sobre a reunião não especifica se também participarão os separatistas pró-russos.

No terreno, os combates aumentaram em intensidade nos últimos dias com cinco soldados e seis civis mortos nas últimas 24 horas.

O exército ucraniano anunciou um ataque dos rebeldes apoiados por tanques contra a cidade de Vugleguirsk, localizada 10 km a oeste de Debaltseve, localidade estratégica

O exército ucraniano e as autoridades da República Popular autoproclamada de Donetsk (DNR) também realizaram uma primeira troca de prisioneiros desde a tomada do aeroporto de Donetsk, constatou um jornalista da AFP no local.

Alexandre Mikhailtchouk, um soldado ucraniano gravemente ferido na cabeça durante os combates, foi trocado por um soldado rebelde também ferido.

"Estamos nos preparando para recuperar um grande grupo de homens. E vamos fazer todo o possível para recuperar aqueles que ainda estão lá fora", disse Yuri Tandit, um negociador dos serviços de segurança ucranianos.

Mas a guerra de palavras entre russos e ocidentais também está em seu auge, e a cada dia surgem novas acusações ou recriminações.

O exemplo mais recente: o Parlamento russo, a Duma, está considerando uma resolução condenando a "anexação" da Alemanha Oriental pela Alemanha Ocidental, em 1989, após a queda do Muro de Berlim. Este retorno da História ocorre pouco depois de uma polêmica entre a Rússia e a Polônia sobre a abertura dos portões do campo de extermínio nazista de Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.

Neste contexto, Gorbatchev declarou que "temos ouvido falar de sanções dos Estados Unidos e da União Europeia contra a Rússia. Perderam a cabeça?". Washington "está nos conduzindo a uma nova Guerra Fria", criticou o ex-líder de 83 anos.

"E depois, o que será? Eu não sou capaz de dizer com confiança que isso não nos levará de fato a uma guerra", concluiu.

Durante uma conversa por telefone com o presidente Poroshenko, o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, indicou na quarta-feira que o preço a ser pago "continuará a aumentar" para Moscou, "enquanto a Rússia não cessar as suas violações flagrantes das suas obrigações".

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