Turistas desembarcam do cruzeiro "Mein Schiff 2" em Málaga, Espanha, em 15 de junho de 2021 (AFP/AFP)
AFP
Publicado em 16 de junho de 2021 às 16h32.
Última atualização em 16 de junho de 2021 às 18h08.
A União Europeia (UE) deu mais um passo rumo à normalidade, nesta quarta-feira, 16, ao aprovar o retorno de turistas americanos, mesmo que não estejam vacinados, uma imagem que contrasta com a "dramática situação de Moscou", onde vacinações obrigatórias serão impostas.
A pandemia do coronavírus, que já causou 3.824.885 mortes no planeta, segundo dados oficiais, avança a duas velocidades: retrocede em lugares como Estados Unidos e Europa ocidental, onde a vacinação avança a bom ritmo, e continua castigando outros, como Índia e América Latina, a região com o maior balanço global de mortes (1,2 milhão, incluindo o Caribe).
Em um símbolo claro de que a situação sanitária está melhorando na Europa, o primeiro-ministro francês, Jean Castex, anunciou que, a partir de quinta-feira, 17, a máscara não será mais obrigatória ao ar livre e também antecipou o fim do toque de recolher, a partir de domingo, 20.
Com o verão prestes a começar na Europa, as 27 nações da UE ampliaram a lista de países, cujos cidadãos têm permissão para viagens não essenciais, o que permitirá a entrada de seus passageiros sem justificativa.
Além dos Estados Unidos, foram incluídos nesta lista Albânia, Líbano, Macedônia do Norte, Sérvia, Taiwan, Hong Kong e Macau. Na lista anterior já constavam Japão, Austrália, Israel, Nova Zelândia, Ruanda, Singapura, Coreia do Sul e Tailândia.
Mesmo assim, a UE dá a seus países-membros o poder de impor condições a esses turistas, como testes de diagnóstico, ou quarentenas.
Para entrar nessa lista, um país deve registrar menos de 75 casos de covid para cada 100.000 habitantes nos últimos 14 dias, como é o caso dos Estados Unidos.
O país americano é, no entanto, o mais afetado no mundo pelo vírus, em termos globais, e ultrapassou as 600.000 mortes por covid-19 na terça-feira, 15.
Uma "marca triste" para o presidente Joe Biden, que pediu aos americanos que sejam vacinados "o mais rápido possível".
Esse número simbólico foi ultrapassado em um momento em que grande parte do país recuperou a normalidade.
O estado da Califórnia suspendeu quase todas as restrições, assim como a cidade de Nova York, onde mais de 70% dos habitantes receberam pelo menos a primeira dose da vacina.
Na Índia, apesar de o país liderar a lista de mortes por covid-19 em 24 horas (2.542), o mausoléu turístico do Taj Mahal reabriu suas portas nesta quarta-feira após dois meses de fechamento. Este intervalo coincidiu com uma virulenta segunda onda do vírus no país.
"Fico feliz em visitá-lo, é incrível", disse, maravilhada, a brasileira Melissa Dalla Rosa, uma das poucas turistas que não quiseram perder sua reabertura.
Em Moscou, o prefeito Serguei Sobianin decretou a vacinação obrigatória de todos os funcionários do setor de serviços, devido à situação crítica na capital russa.
"Devemos fazer de tudo para implantar a vacinação em massa o mais rápido possível e impedir essa doença terrível", disse ele em seu blog.
Com 12 milhões de habitantes, a capital é o epicentro da última onda do coronavírus na Rússia, onde a população, cética, reluta a se vacinar.
Em Moscou, apenas 1,8 milhão de pessoas foram imunizadas, apesar de o prefeito Sobianin ter anunciado na semana passada o sorteio de um carro entre aqueles que tiverem recebido pelo menos uma dose da vacina.
A situação também não está fácil na América Latina, onde Brasil e Colômbia ficam atrás da Índia no número de mortes nas últimas 24 horas (2.468 e 599, respectivamente), e o Peru continua sendo o país com maior mortalidade em relação à sua população (574 para cada 100.000 habitantes).
A cepa detectada em agosto de 2020 no país andino foi designada variante "de interesse" pela Organização Mundial da Saúde (OMS), etapa anterior para a eventual inclusão como variante "preocupante".
Agora, a autoridade sanitária vai estudar a capacidade de contágio e de resistência dessa variante, batizada de Lambda. Predominante no Peru, ela está presente em vários países da América Latina, como Argentina e Chile.
O coronavírus também segue causando estragos na Copa América, que é realizada no Brasil e sem público. Até o momento, 53 casos de covid-19 foram registrados nas seleções participantes, principalmente de Venezuela, Bolívia e Colômbia.