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Ucrânia recupera corpos de mais de 900 soldados mortos na guerra com a Rússia

A troca de corpos entre Kiev e Moscou é uma das raras formas de cooperação mantidas entre os dois países desde o início da invasão

Repatriação de corpos: 909 soldados ucranianos mortos na guerra com a Rússia retornam à Ucrânia (Sergey Bobok/Getty Images)

Repatriação de corpos: 909 soldados ucranianos mortos na guerra com a Rússia retornam à Ucrânia (Sergey Bobok/Getty Images)

Agência o Globo
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Publicado em 18 de abril de 2025 às 13h08.

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A Ucrânia anunciou nesta sexta-feira a repatriação dos corpos de 909 soldados mortos na guerra com a Rússia. A operação foi divulgada pela Sede de Coordenação Ucraniana para o Tratamento de Prisioneiros de Guerra, que informou que os corpos recuperados pertenciam a militares mortos em várias frentes de batalha, incluindo Kurakhove, Pokrovsk, Bakhmut, Vuhledar, Luhansk, Zaporizhzhia, Sumy e Kharkiv. Alguns dos corpos também estavam armazenados em necrotérios russos.

“Como resultado das atividades de repatriação, os corpos de 909 defensores ucranianos mortos foram devolvidos à Ucrânia. Expressamos nossa gratidão pela assistência do Comitê Internacional da Cruz Vermelha”, informou a Sede de Coordenação nas redes sociais.

A troca de corpos entre Ucrânia e Rússia é uma das raras formas de cooperação mantidas entre os dois países desde o início da invasão, em fevereiro de 2022. A prática está respaldada pelas Convenções de Genebra, que garantem o direito a um enterro digno para aqueles que perderam a vida durante a guerra.

Do lado russo, o parlamentar Shamsail Saraliev, membro do grupo de coordenação parlamentar sobre o conflito, informou ao portal RBK que a Rússia recuperou os corpos de 43 de seus soldados mortos no mês passado.

Em fevereiro, Moscou devolveu os corpos de 757 soldados ucranianos em troca de 45 militares russos, três semanas após uma operação semelhante.

Segundo o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, mais de 45 mil soldados da Ucrânia morreram desde o início da ofensiva russa em grande escala. Já o site independente Mediazona e o serviço russo da BBC dizem que, até agora, identificaram cerca de 100 mil soldados russos.

A repatriação desta sexta-feira foi realizada em conjunto pelo quartel-general, pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), por militares do Exército, pelo Ministério do Interior, pelo escritório do ombudsman e por outras agências governamentais.

Negociações para um cessar-fogo

Pela primeira vez desde o início da guerra na Ucrânia, autoridades dos Estados Unidos, da Ucrânia e de três países europeus reuniram-se na quinta-feira em Paris, na França, com o objetivo de reativar os esforços por um cessar-fogo entre Kiev e Moscou. Na Rússia, no entanto, o encontro na capital francesa foi mal recebido. Segundo Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, "os europeus têm um foco na continuação da guerra". Uma nova reunião está marcada para a próxima semana, em Londres, no Reino Unido.

Participaram das conversas em Paris o presidente francês, Emmanuel Macron, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff. Também estiveram presentes o ministro britânico das Relações Exteriores, David Lammy, e um representante da Alemanha. Do lado ucraniano, integraram a delegação Andrii Yermak, chefe de gabinete do presidente Volodimir Zelensky, o chanceler Andrii Sibiga e o ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov.

A presidência francesa celebrou uma “excelente troca” após a série de reuniões, destacando que o encontro representou o início de um "processo positivo". “Hoje em Paris demos início a um processo positivo no qual os europeus estão envolvidos”, afirmou o Palácio do Eliseu.

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