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Ucrânia recomenda retirada de civis por avanço russo no nordeste do país

Moradores tentam se reacomodar em Kharkiv, de onde podem ser transferidos para regiões mais seguras

Ucrânia: país do Leste Europeu enfrenta graves problemas econômicos por causa da guerra com a Rússia (Irina Yakovleva/TASS/Reuters)

Ucrânia: país do Leste Europeu enfrenta graves problemas econômicos por causa da guerra com a Rússia (Irina Yakovleva/TASS/Reuters)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 10 de agosto de 2023 às 14h46.

Última atualização em 10 de agosto de 2023 às 15h53.

As autoridades da cidade ucraniana de Kupiansk, no nordeste da Ucrânia, recomendaram aos seus habitantes mais vulneráveis, nesta quinta-feira, 10, que deixem o local, antes do avanço do Exército russo, que há vários dias reivindica progressos nesta área.

"Levando-se em conta a difícil situação de segurança e o aumento dos bombardeios (...) eles têm a possibilidade de serem levados para um local mais seguro", informou a administração da cidade pelo Telegram.

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Os moradores podem se reacomodar na cidade de Kharkiv, cerca de 90 quilômetros a oeste, de onde podem ser transferidos para regiões mais seguras.

"Não negligenciem sua segurança, ou a de seus entes queridos", acrescentaram as autoridades ucranianas.

À tarde, o Exército ucraniano disse que "a situação continua sendo difícil, mas se mantém sob controle".

"Os russos estão tentando se impor e penetrar nas nossas defesas", reforçou, no Telegram, o porta-voz do Exército ucraniano no setor leste da frente.

O Ministério russo da Defesa anunciou, por sua vez, que o Exército "melhorou suas posições" na linha de frente perto de Kupiansk, após relatar avanços nesta área durante a semana.

'As pessoas estão em perigo'

"Parece que os russos estão destruindo lugares na área de Kupiansk", afirmou Rostislav Melnikiv, acadêmico da Universidade de Kharkiv. "As pessoas estão correndo risco de perder a vida, não apenas suas casas", disse ele à AFP.

Uma moradora da localidade de Kivsharivka, na periferia de Kupiansk, contou que estava se preparando para fugir com os filhos, mas que seu marido se recusou a deixar o lugar para ficar com a mãe idosa.

"É duro deixá-los para trás", desabafou Anna Koresh, de 36 anos, em conversa por telefone com a AFP.

A Ucrânia iniciou uma contraofensiva em junho, após receber um significativo reforço militar de potências ocidentais, mas tem reconhecido dificuldades em avançar, ante a resistência das tropas russas que invadiram o país no final de fevereiro de 2022.

Ataques em território russo

Nas últimas semanas, a Ucrânia multiplicou os ataques com drones aéreos, ou navais, contra territórios russos ou controlados pelas tropas russas, assim como na península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014.

Na região russa de Briansk, perto da fronteira com a Ucrânia, duas pessoas morreram, e duas ficaram feridas, em um bombardeio que as autoridades atribuíram às forças ucranianas.

A Rússia anunciou, ainda, que abateu 11 drones ucranianos perto da Crimeia e outros que se dirigiam para Moscou.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, alertou em 30 de julho que a "guerra" estava chegando à Rússia.

Perto do 'front'

Na quarta-feira, 9, as autoridades ucranianas informaram que pelo menos duas pessoas morreram, e sete ficaram feridas, em um ataque russo a Zaporizhzhia (sul).

Essa cidade, às margens do Rio Dnieper, é uma posição estratégica, a pelo menos 44 quilômetros de uma das frentes do conflito.

Nadiya, uma moradora de 71 anos de Zaporizhzhia, disse à AFP nesta quinta que tinha ido se deitar, quando o bombardeio começou. "Ouvi um 'bang'. Tinha fumaça preta. Vidro por toda parte. Comecei a gritar", contou.

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