Equipe do exército ucraniano: Ucrânia realiza operação militar desde meados de abril (Genya Savilov/AFP)
Da Redação
Publicado em 31 de julho de 2014 às 15h40.
Kiev - A Ucrânia impôs nesta quinta-feira um imposto de guerra de 1,5% sobre o salário mensal das pessoas físicas para custear o conflito com os rebeldes pró-russos, já que representa uma grande carga para os cofres do Estado.
"Serão 15 grivnas por cada mil. Esse é o imposto de guerra, embora eu prefiro chamá-lo de imposto para o restabelecimento da paz no país", assegurou o deputado governista Sergei Sobolev, autor da iniciativa.
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, cifrou hoje em 70 milhões de grivnas (US$ 5,6 milhões) diários o custo da operação antiterrorista para a luta contra os rebeldes pró-russos nas regiões rebeldes de Donetsk e Lugansk, que começou em abril.
O imposto de guerra faz parte das novas leis sobre orçamento e política fiscal aprovadas hoje pela Rada Suprema (parlamento) depois que o atual primeiro-ministro, Arseni Yatseniuk, ameaçou renunciar se essas medidas de ajuste não fossem ratificadas.
"Hoje há duas notícias na economia mundial. A primeira é que a Argentina apresentou moratória. A segunda, que a Ucrânia não a apresentou e que nunca fará", disse Yatseniuk depois que os deputados o confirmassem no cargo de maneira arrasadora.
No entanto, nem todos apoiaram o imposto, já que Oleg Tiagnibok, líder do partido nacionalista ucraniano Sbovoda (Liberdade) e antigo membro da coalizão majoritária, opinou que a guerra deveria ser financiada pelos empresários.
"Não são os ucranianos que devem pagar este imposto. Os ucranianos já custeiam os coletes anti-balas, os capacetes e os uniformes de seus filhos e amigos. O imposto deveriam ser pagos pelos oligarcas que nos levaram a esta situação", disse.
A lei estipula que aqueles cidadãos que têm ingressos anuais no ano passado entre as 500 mil (US$ 40 mil) e 100 milhões de grivnas (US$ 8 milhões) paguem entre 10% e 25% de imposto de guerra.