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Ucrânia espera ajuda da Otan em equipamentos não letais

País está contando com os EUA e outros membros da aliança para fornecer equipamentos que vão desde uniformes a combustível de aeronaves

Manifestantes pró-Russia do lado de fora de prédio do governo em Donetsk: manifestantes se mantiveram pelo terceiro dia seguido no prédio da sede da administração regional (Maks Levin/Reuters)

Manifestantes pró-Russia do lado de fora de prédio do governo em Donetsk: manifestantes se mantiveram pelo terceiro dia seguido no prédio da sede da administração regional (Maks Levin/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2014 às 20h44.

Bruxelas - A Ucrânia, enredada em um confronto com a Rússia, está contando com os Estados Unidos e outros membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte para fornecer equipamentos que vão desde uniformes a combustível de aeronaves, mas não está pedindo armas, disse seu embaixador na Otan nesta terça-feira.

Autoridades da aliança dizem que a Rússia concentrou cerca de 40.000 soldados perto da fronteira e que a turbulência no leste da Ucrânia fez emergir o medo de que as forças russas possam intervir lá, como fizeram na Crimeia.

A Ucrânia não é membro da Otan e os líderes políticos e militares ocidentais deixaram claro ser pouco provável que a aliança, formada por 28 países, venha a entregar ajuda militar à Ucrânia, se for invadida.

Mas a Otan e a Ucrânia intensificaram a cooperação desde o início da crise da Crimeia e o embaixador ucraniano na Otan, Ihor Dolhov, disse que o país espera receber mais ajuda da aliança.

A Ucrânia entregou à Otan uma "lista provisória" das necessidades de equipamentos de seu Exército, incluindo pedidos de uniformes, peças de reposição e combustível de aviação, e uma missão de avaliação da Otan irá visitar a Ucrânia na próxima semana, declarou Dolhov em entrevista à Reuters.

"Nós não estamos falando sobre armas, munições, sistemas de armamento. Em vez disso, estamos falando sobre quais seriam os materiais necessários para garantir o funcionamento diário do setor de defesa ucraniana." A candidatura à adesão na Otan não está na agenda do novo governo da Ucrânia, disse Dolhov.


"A atual legislação ucraniana não prevê tal possibilidade porque existe uma lei... que estipula claramente o status da Ucrânia como não integrante de bloco", disse ele.

Mas ele não descartou a possibilidade de mudança da situação no futuro. "A decisão pertence apenas ao povo ucraniano", afirmou.

A lista de necessidades de equipamentos é "infelizmente bem longa" porque a Ucrânia descobriu durante a ocupação russa da Crimeia que a prontidão das suas Forças Armadas não era tão alta como o esperado, afirmou.

"O governo dos EUA já decidiu entregar uma parte dessa lista", disse ele, recusando-se a dar mais detalhes.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrij Deshchytsia, se reuniu com várias autoridades de outros países durante uma reunião da Otan em Bruxelas na semana passada.

Todos eles, incluindo o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, o secretário de Relações Exteriores britânico, William Hague, e o chanceler turco, Ahmet Davutoglu, disseram que "seus governos estão prontos para auxiliar a Ucrânia com ajuda concreta em especial", declarou Dolhov.

"Precisamos formular pedidos mais concretos do que pode ser feito pela Otan e, para isso, a Otan vai enviar uma missão de avaliação para a Ucrânia", afirmou Dolhov.

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