Mundo

Ucrânia e relações com Rússia darão o tom da cúpula do G7

Os líderes do G7 realizam amanhã e quinta-feira uma cúpula em Bruxelas centrada na situação da Ucrânia e as relações com a Rússia


	Presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy: "Ucrânia é a prioridade"
 (REUTERS/Laurent Dubrule)

Presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy: "Ucrânia é a prioridade" (REUTERS/Laurent Dubrule)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2014 às 14h11.

Bruxelas - Os líderes do G7, os países mais ricos e industrializados do mundo, realizam amanhã, quarta-feira, e na quinta-feira uma cúpula em Bruxelas centrada na situação da Ucrânia e as relações com a Rússia, e na qual também revisarão a evolução da economia internacional.

"A Ucrânia é a prioridade da agenda. Será o momento de avaliar os últimos aspectos da situação na Ucrânia e em seu entorno, e de continuar trabalhando para superar esse e outros desafios", disse hoje o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.

O Grupo dos Sete (G7) é integrado pelos Estados Unidos, França, o Reino Unido, Itália, Alemanha, Canadá e Japão.

A União Europeia (UE), representada por Van Rompuy e pelo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, atuam como anfitriões da cúpula.

Os líderes do G7 decidiram em março, após a anexação da península ucraniana da Crimeia por parte de Moscou, cancelar sua presença à cúpula que, no formato G8 e incluindo a Rússia, devia acontecer no final de junho na cidade russa de Sochi.

A cúpula do G7, que pela primeira vez se celebra em Bruxelas, começará a partir das 18h da quarta-feira e prosseguirá na quinta-feira, quando os chefes de Estado e do governo desses países abordarão outros assuntos internacionais.

"A Ucrânia será o prato forte do jantar de trabalho que terão amanhã os líderes do G7 e nela se analisará a situação após as eleições presidenciais na Ucrânia, a violência que segue na zona oriental e a retirada das tropas russas dessas fronteiras", disseram hoje fontes diplomáticas.

Lembraram que a possibilidade de intensificar as sanções que já impuseram à Rússia pela anexação "ilegal" da Crimeia faz parte dos instrumentos políticos do G7, mas sublinharam que "só se dará mais um passo se a situação exigir".

"A prioridade por enquanto é continuar com os esforços políticos e diplomáticos" em relação à crise russo-ucraniana, acrescentaram as fontes.

"Não se exclui que possa haver outros atos de desestabilização e, nesse caso, o G7 e a União Europeia precisariam tomar medidas adicionais", sublinharam.

Outras fontes diplomáticas disseram que não se descarta que nessa evolução da crise haja conversas diretas entre Kiev e Moscou.

Perguntadas sobre quando acontecerá o retorno da Rússia ao formato do G8, comentaram que "Rússia excluiu a si mesma com sua atuação na Ucrânia. Para voltar, a Rússia terá que se comportar de acordo com as regras que regem esse grupo, de respeito da lei internacional, da democracia e da soberania territorial, entre outros".

Em qualquer caso, agregaram, a decisão sobre esse retorno ao formato G8 de cúpula corresponde unicamente aos líderes.

A quinta-feira será dedicada a analisar a economia e o comércio internacionais, "dentro das perspectivas mais positivas que há de crescimento econômico e de luta contra o desemprego, que continua em níveis muito altos", expuseram.

Os líderes também devem debater a situação de segurança e de dependência energética de alguns países ocidentais em relação às importações de gás e outros combustíveis da Rússia, assim como as medidas a tomar na luta contra a mudança climática.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCrise políticaDiplomaciaEuropaRússiaUcrânia

Mais de Mundo

Justiça da Bolívia retira Evo Morales da chefia do partido governista após quase 3 décadas

Aerolineas Argentinas fecha acordo com sindicatos após meses de conflito

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA