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Ucrânia diz ter rompido primeiras linhas de defesa russas

Com sua contraofensiva, iniciada em junho, o Exército ucraniano recuperou apenas alguns povoados devastados

Ucrânia: Os combates agora acontecem ao leste deste povoado (AFP/AFP)

Ucrânia: Os combates agora acontecem ao leste deste povoado (AFP/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 23 de setembro de 2023 às 15h14.

A Ucrânia afirmou que conseguiu romper as primeiras linhas de defesa russas na frente sul, e seu Exército garantiu que "altos comandos" da Marinha russa morreram, ou ficaram feridos, em um bombardeio ucraniano ao quartel-general na Crimeia.

Com sua contraofensiva, iniciada em junho, o Exército ucraniano recuperou apenas alguns povoados devastados, mas a força afirma que, nas últimas semanas, conseguiu atravessar as primeiras linhas russas na frente sul, após assumir o controle da localidade de Robotyne, na região de Zaporizhzhia.

"No flanco esquerdo, conseguimos um progresso e continuamos avançando", disse o general Oleksandre Tarnavski, encarregado da difícil contraofensiva de Kiev, em entrevista à emissora americana CNN, reconhecendo um avanço mais lento do que o esperado.

Os combates agora acontecem ao leste deste povoado, perto de Verbove.

Tarnavski afirmou que um dos objetivos agora é tomar o bastião russo de Tokmak, importante centro logístico localizado 20 quilômetros ao sul da atual linha de frente.

"No momento, as forças russas confiam na profundidade de sua linha de defesa", disse o general, reconhecendo que "a meteorologia pode ser um obstáculo sério durante o avanço".

A contraofensiva será levada adiante mesmo com a chegada do inverno, já que esta se desenvolve com pequenas unidades sem veículos, após as perdas de blindados sofridas durante as primeiras semanas.

"Atualmente, nem o inimigo nem nós utilizamos grandes formações, companhias, batalhões, ou brigadas. Usamos esquadrões de assalto, grupos de 10 a 15 homens", detalhou.

 'Criar desordem'

Esta entrevista foi publicada um dia depois de Kiev ter bombardeado o quartel-general da Marinha russa na Crimeia, anexada por Moscou em 2014.

Em um comunicado, o Exército ucraniano afirmou que "houve dezenas de mortos e feridos entre os ocupantes, incluindo altos comandos da frota" russa em um ataque que, segundo Kiev, ocorreu 'durante uma reunião de líderes da Marinha russa".

O chefe do serviço de Inteligência de Kiev, Kyrylo Budanov, disse à Voz da América que "pelo menos nove pessoas" foram mortas no ataque, incluindo generais.

Até o momento, a AFP não conseguiu verificar esta informação.

Budanov evitou dizer se, no ataque, foram usados mísseis fornecidos pelas potências ocidentais.

A Rússia afirmou que um oficial estava desaparecido desde o ataque.

Tarnavski declarou que o objetivo da contraofensiva ucraniana não é apenas recuperar o território ocupado pela Rússia, mas também "destruir os centros de comando" para "criar desordem no campo de batalha".

No plano diplomático, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, reuniu-se na sexta-feira com o premiê canadense, Justin Trudeau, que anunciou um novo pacote de ajuda a Kiev no valor de 650 milhões de dólares canadenses (US$ 482 milhões, R$ 2,3 bilhões na cotação do dia) em três anos.

O pacote inclui cerca de 50 veículos blindados e treinamento de pilotos ucranianos em em aviões de combate F-16, de fabricação americana.

Praticamente 19 meses após o início da guerra, não há sinais de uma possível resolução negociada do conflito e tanto Moscou quanto Kiev e seus aliados ocidentais acreditam que poderá durar até 2024, ou mesmo 2025.

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