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Ucrânia diz que incêndio florestal não ameaça Chernobyl

Agências governamentais insistem em que o fogo não causou aumento nos níveis de radiação

Sensor mede níveis de radiação próxima à vila de Rahivka, na Ucrânia: serviço de emergência ucraniano não forneceu cifras recentes sobre as proporções do incêndio (Yaroslav Yemelianenko/Reuters)

Sensor mede níveis de radiação próxima à vila de Rahivka, na Ucrânia: serviço de emergência ucraniano não forneceu cifras recentes sobre as proporções do incêndio (Yaroslav Yemelianenko/Reuters)

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AFP

Publicado em 14 de abril de 2020 às 07h13.

Centenas de bombeiros combatiam nesta segunda-feira (13) um incêndio florestal na zona de exclusão de Chernobyl, enquanto autoridades ucranianas insistiam em que não há riscos para o reator destruído e instalações vizinhas de armazenamento de lixo nuclear.

"Não há ameaça para a usina nuclear de Chernobyl e as instalações de armazenamento", disse Volodymyr Demchuk, oficial sênior do serviço de emergência ucraniano, em declaração por vídeo nesta segunda.

O incêndio teve início dez dias atrás no local onde ocorreu o pior acidente nuclear da História, em 1986.

Kiev mobilizou helicópteros e mais de 400 bombeiros, com aviões jogando toneladas de água sobre o fogo.

Demchuk disse que os bombeiros agora estão concentrados em impedir que as chamas de alastrem.

Embora incêndios florestais sejam comuns na zona de exclusão, a divisão russa da organização ambientalista Greenpeace informou nesta segunda que este é o pior registrado desde a explosão nuclear, em 1986.

O grupo ambientalista disse que análises de imagens de satélite mostraram que o incêndio se aproximou a apenas 1,5 km do domo protetor, colocado sobre o reator destruído.

Sergiy Zibtsev, diretor do Centro de Monitoramento de Incêndios do Leste Europeu, disse à AFP que o incêndio é "enorme" e "imprevisível".

"No oeste da zona de exclusão, já atingiu 20.000 hectares, por nossos cálculos", acrescentou.

O serviço de emergência ucraniano não forneceu cifras recentes sobre as proporções do incêndio.

Yaroslav Yemelianenko, diretor da associação de visitas guiadas a Chernobyl, disse que as chamas atingiram a cidade fantasma de Pripyat, próxima à antiga usina, cuja população de cerca de 50.000 pessoas foi evacuada após a explosão do reator.

Pripyat se tornou um destino popular e recebe turistas de várias partes do mundo.

"A situação é crítica", escreveu Yemelianenko em sua página no Facebook.

O vice-ministro do Interior ucraniano, Anton Gerashchenko, no entanto, disse que não há riscos para as instalações de armazenamento de lixo nuclear.

"É completamente seguro", declarou no Facebook.

O incêndio teve início em 4 de abril em uma área florestal perto da usina de Chernobyl.

A Polícia informou que as chamas começaram depois que um homem ateou fogo a grama seca perto da zona de exclusão, em volta do reator destruído.

As chamas se espalharam rapidamente, alimentadas por fortes ventos, e Kiev começou a enviar helicópteros e aviões de combate a incêndios.

Agências governamentais insistem em que o fogo não causou aumento nos níveis de radiação.

O diretor do serviço ecológico estatal, Yegor Firsov, escreveu no Facebook um dia depois de o fogo ter começado que os níveis no centro do incêndio estavam mais altas que o normal. Depois, ele retirou a informação.

Chernobyl contaminou grande parte da Europa quando seu reator 4 explodiu em abril de 1986.

Pessoas não podem morar em um raio de 30 km da antiga usina.

Os outros três reatores de Chernobyl continuaram a gerar eletricidade até que a usina foi finalmente fechada, no ano 2000. Um gigantesco domo protetor foi colocado sobre o quarto reator em 2016.

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