Soldados russos cercam aeroporto militar na região ucraniana da Crimeia: novas autoridades de Kiev não reconhecem o governo da autonomia (Baz Ratner/Reuters)
Da Redação
Publicado em 24 de março de 2014 às 14h21.
Kiev - O serviço de guarda das fronteiras da Ucrânia (SGU) denunciou nesta sexta-feira que Moscou enviou até 30 mil soldados para a região autônoma da Crimeia, cujo Parlamento regional aprovou ontem de maneira unilateral a reunificação com a Rússia.
O diretor de Recursos Humanos do SGU, Mikhail Koval, não esclareceu quantos soldados ucranianos permanecem na península rebelde, mas assegurou que todos os destacamentos da guarda de fronteiras e das Forças Armadas desdobradas na Crimeia seguem em seus postos.
O Conselho Superior da Crimeia (Parlamento regional) adotou ontem uma resolução para sua reunificação com a Rússia, da qual fez parte até 1954, e convocou um referendo sobre a questão para 16 de março.
Logo após a decisão ser adotada, o vice-primeiro-ministro do autoproclamado governo da república rebelde, Ruslan Temirgaliev, disse à imprensa que as forças armadas russas enviadas para península serão consideradas legais, e o restante, "de ocupação".
Em Kiev, o presidente interino da Ucrânia, Aleksandr Turchinov, disse que a decisão do Parlamento da Crimeia foi "ilegal e ilegítima" e que o legislativo ucraniano vai a iniciar um processo para dissolver o Parlamento da região autônoma.
Enquanto isso, o presidente da Duma (Câmara dos Deputados da Rússia), Sergei Narishkin, afirmou hoje que os parlamentares russos apoiarão a "opção que for feita livre e democraticamente" pela população da Crimeia.
A Crimeia tem dois milhões de habitantes, dos quais 60% são russos, 26% ucranianos e 12% tártaros, favoráveis a manter a região dentro da Ucrânia.
As novas autoridades de Kiev não reconhecem o governo da autonomia, que por sua vez considera ilegítimo o executivo central e só reconhece como o presidente da Ucrânia o deposto Viktor Yanukovich, refugiado na Rússia.