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Ucrânia autoriza o uso de espermatozoides e óvulos congelados de soldados mortos na guerra

No final do ano passado, o país aprovou uma lei segundo a qual os soldados poderiam congelar gratuitamente suas células reprodutivas antes de irem para o front

Zelensky: presidente da Ucrânia encara grandes desafios para oficializar a paz com a Rússia  (AFP/AFP)

Zelensky: presidente da Ucrânia encara grandes desafios para oficializar a paz com a Rússia (AFP/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 7 de fevereiro de 2024 às 14h31.

Última atualização em 7 de fevereiro de 2024 às 15h41.

O Parlamento ucraniano aprovou nesta quarta-feira alterações que autorizam a utilização de esperma e óvulos congelados de militares após a sua morte.

No final do ano passado, o país já havia autorizado uma lei segundo a qual os soldados poderiam congelar gratuitamente suas células reprodutivas antes de irem para o front da guerra com a Rússia. No entanto, uma das disposições, que entraria em vigor no final de março, impunha a destruição dos espermatozoides e óvulos congelados dos soldados em caso de morte.

Nesta quarta, um total de 264 deputados validou a alteração, que prevê a conservação gratuita de amostras durante três anos após a morte, após os quais o companheiro do falecido poderá pagar para prolongar o processo. Nenhum deputado votou contra esta medida, apoiada pelo Ministério da Saúde.

A questão é delicada no país, onde a invasão russa iniciada há quase dois anos causou muitas perdas. A destruição dos óvulos e do esperma dos soldados mortos no front causou um debate nacional e era considerada injusta para alguns ativistas e juristas, como a advogada Olena Babych.

Numa mensagem nas redes sociais que viralizou, Babych explicou sobre a situação de uma de suas clientes, cujo marido congelou o esperma e morreu na guerra. A queixa desencadeou uma avalanche de críticas contra a medida e os deputados prometeram reformular a lei antes que ela entrasse em vigor.

A Rússia já oferece gratuitamente o congelamento de esperma e óvulos a todos os militares enviados à linha de frente no país vizinho. Em comum, os dois países enfrentavam mesmo antes do conflito sérias crises demográficas, e há muitos anos tentam, sem sucesso, reverter as quedas em suas populações.

A Ucrânia não publica as baixas do seu Exército, mas de acordo com estimativas dos EUA publicadas em Agosto pelo New York Times, poderão ser cerca de 70 mil mortos e 120 mil feridos.

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