Kiev/Fronteira Donetsk-Izvarino - Os Estados Unidos exigiram que a Rússia retire equipamentos e pessoal da Ucrânia depois que o governo russo enviou um comboio de caminhões nesta sexta-feira, o que Kiev chamou de "invasão direta".
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) afirmou que tropas russas vinham disparando fogo de artilharia através da fronteira e dentro da Ucrânia, uma escalada significativa no apoio militar aos rebeldes pró-Moscou desde meados de agosto e uma acusação direta de que a Rússia está em guerra de fato com seu vizinho.
Moscou, que tem milhares de soldados posicionados perto do lado russo da fronteira, alertou contra qualquer tentativa de "interromper" o que disse ser uma simples operação humanitária, sem dizer que ação pode adotar se os militares ucranianos intervierem.
O vice-assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Ben Rhodes, disse que os EUA planejam discutir a situação com o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira e que se o comboio não recuar, os russos irão ter "custos adicionais".
Moscou nega apoiar os rebeldes militarmente, mas os EUA e a UE impuseram sanções e o Kremlin retaliou, renovando algumas das tensões da Guerra Fria.
A Otan enviou tropas extras aos Estados membros que fazem fronteira com a Rússia, incluindo ex-países soviéticos bálticos e a ex-comunista Polônia.
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, descreveu a entrada dos caminhões como uma "flagrante violação das leis internacionais". Mas uma autoridade de segurança de alto escalão afirmou que as forças ucranianas deixará o comboio passar para evitar "provocações".
Kiev pediu a seus aliados internacionais que se unam em uma “condenação decisiva de ações ilegais e agressivas" da Rússia.
A Otan também disse que a Rússia corria o risco de se isolar ainda mais internacionalmente, embora a Europa tem se mostrado relutante em intensificar as sanções devido às relações comerciais e ao uso do gás russo.
A Rússia negou a acusação de Poroshenko, e o Kremlin declarou que o presidente russo, Vladimir Putin, disse à chanceler alemã, Angela Merkel, que Moscou não pode mais esperar a luz verde de Kiev para ajudar pessoas necessitadas.
Merkel, que também falou com Poroshenko, expressou sua grande preocupação, elogiando os ucranianos pela reação "prudente" e pedindo um cessar-fogo rápido.
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Poroshenko disse que mais de 100 caminhões cruzaram a fronteira e que só alguns foram vistoriados anteriormente por autoridades ucranianas em território russo. Outras autoridades ucranianas afirmaram que só 34 ou 35 deles foram devidamente verificados.
Repetindo as suspeitas anteriores de Kiev de que a carga de ajuda poderia ser usada para apoiar os separatistas, o Ministério das Relações Exteriores disse: "Nem o lado ucraniano nem o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) conhecem o conteúdo dos caminhões. Isso desperta preocupação especial."
Uma testemunha da Reuters relatou que o comboio rumou para o reduto rebelde de Luhansk escoltado por um número pequeno de combatentes separatistas.
O CICV, que teve aprovação de Moscou e Kiev para supervisionar o comboio, informou que não está escoltando os caminhões "devido à situação volátil de segurança".
Um cinegrafista da Reuters disse que foi possível ver o interior de alguns veículos e que a carga consiste em caixas de papelão com comida enlatada, garrafas de água, geradores e outros suprimentos.
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1. Velas e armas
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1/13 (Graham Denholm / Getty Images)
São Paulo – Na quinta-feira, o voo MH17 da Malaysian Airlines, que ia de Amsterdã para Kuala Lumpur, foi derrubado enquanto sobrevoava o céu do leste da Ucrânia. Desde então, o governo central ucraniano e a Rússia trocam acusações sobre quem foi responsável pelo míssil que atingiu o avião. Veja, a seguir, as fotos do desenrolar do conflito desde a queda do avião até este domingo.
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2. Pelo chão
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2/13 (Getty Images)
As bagagens e pertences pessoais das vítimas que estavam a bordo do Malaysia Airlines voo MH17 estão espalhadas por Grabovo, na Ucrânia. Segundo relatos de correspondentes internacionais, os destroços do avião estão espalhados a até 15 km do ponto central onde está a maior parte da fuselagem.
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3. Memória saqueada
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3/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Dinheiro, joias, objetos pessoais e até cartões de créditos das 298 vítimas do voo MH17 da Malaysia Airlines, abatido por um míssil na Ucrânia, na sexta-feira, estão sendo saqueados. Militantes separatistas admitem que removeram objetos, além das caixas-pretas, do local do acidente.
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4. Sem destino
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4/13 (Brendan Hoffman / Getty Images)
Hoje, um vagão de trem refrigerado com parte dos corpos dos passageiros de Malaysia Airlines vôo MH17 aguarda na estação de trem para o transporte ruma a um destino ainda desconhecido. O vôo MH17 da Malaysia Airlines viajava de Amsterdã para Kuala Lumpur quando caiu matando todos os 298 a bordo, incluindo 80 crianças.
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5. Caixa-preta
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5/13 (Getty Images)
O governo da Ucrânia disse neste domingo que interceptou conversas telefônicas entre os rebeldes pró-russos e os militares russos. Os
rebeldes admitiram hoje podem estar com a caixa-preta e prometeram entregar caixas pretas do voo malaio à Organização da Aviação Civil Internacional.
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6. Represália Europeia
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6/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
De
acordo com o WSJ, os líderes europeus ameaçaram impor sanções mais duras contra a Rússia, em decorrência da queda do voo MH17, sem deixar ainda claro o que pode acontecer em represália. Os chanceleres da União Europeia se reunirão em Bruxelas nesta terça-feira para decidir o que fazer, mas há uma grande chance que ativos na Europa construídos por empresários russos, bem como as de empresas originárias do país, possam ser congelados.
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7. Maioria holandesa
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7/13 (Graham Denholm / Getty Images)
A maioria das 298 pessoas a bordo do voo MH 17 era de nacionalidade holandesa. Entre as vítimas havia 154 passageiros holandeses, 27 australianos, 23 malaios, onze indonésios, seis britânicos, quatro alemães, quatro belgas, três filipinos e um canadense no voo. "As famílias querem enterrar seus parentes", declarou ministro do Exterior holandês, Frans Timmermans. Um grupo de 15 especialistas holandeses foi enviado ao local da tragédia para identificar os corpos.
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8. Domingo de homenagem
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8/13 (Christopher Furlong / Getty Images)
Velas em memória das vítimas foram acesas durante uma missa especial na Igreja de Saint Vitus em Hilversum, Holanda, nesta manhã. Três famílias da cidade morreram no acidente. Por todo o país o domingo foi marcado por homenagens às vitimas da tragédia, lembradas em cultos, eventos esportivos e oficiais e no aeroporto Schiphol de Amsterdã, de onde o avião partiu na última quinta-feira.
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9. Em busca da cura
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9/13 (Graham Denholm / Getty Images)
Um participante da 20ª Conferência Internacional de AIDS que acontece hoje em Melbourne, Austrália, amarra uma fita vermelha em homenagem daqueles que perderam suas vidas no voo MH17. Pelo menos seis enviados estavam no avião rumo ao encontro dos maiores especialistas em busca da cura para a doença.
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10. EUA diz que sabe
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10/13 (gett)
Os
Estados Unidos detectaram o lançamento de um míssil antiaéreo e observou sua trajetória na quinta-feira passada, quando o avião da Malaysia Airlines caiu, supostamente atingido, no leste da Ucrânia, afirmou neste domingo o secretário de Estado, John Kerry. O presidente Barack Obama já hava dito que tudo apontava para que o avião tivesse atingido por rebeldes pró-russos. 'Sabemos, com certeza, que durante o último mês houve um fluxo de armamento, um comboio de uns 150 veículos incluídos transporte de pessoal, lança mísseis, artilharia, da Rússia para o leste da Ucrânia', disse ele.
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11. Artigo editado
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11/13 (Getty Images)
O imbróglio da Ucrânia e Russia chegou à web. Primeiro, um computador de Kiev, capital da Ucrânia,
editou o artigo em russo para "acidentes de aviação comercial" colocando a culpa da queda em "terroristas da auto-proclamada República Popular de Donetsk com mísseis de sistema Buk, que os terroristas receberam da Federação Russa". Menos de uma hora depois, alguém com um endereço de IP russo mudou o texto para "o avião foi abatido por soldados ucranianos".
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12. Duas tragédias no ano
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12/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Depois de ter um avião desaparecido nos ares em março, nesta quinta-feira, o Boeing 777 da companhia Malaysia Airlines com 295 passageiros a bordo caiu na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, sem deixar sobreviventes. A
companhia já apresentava uma operação deficitária antes disso, suportada por verbas governamentais e que degringolava cada vez mais pela imagem afetada com a tragédia. Agora deve ter de enfrentar processos movidos por pessoas de vários países.
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13. Agora, veja quais são os exércitos mais poderosos
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13/13 (Bradley Rhen / US Army / Wikimedia Commons)