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Uber e Lyft param de operar em Austin após referendo

O Conselho de Austin aprovou uma lei que obrigava as empresas a submeter seus motoristas a um registro de antecedentes penais através da impressão digital


	Uber: 56% dos que foram às urnas no sábado surpreenderam e apoiaram a iniciativa do governo
 (Sergio Perez / Reuters)

Uber: 56% dos que foram às urnas no sábado surpreenderam e apoiaram a iniciativa do governo (Sergio Perez / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2016 às 16h36.

Austin - Depois de os cidadãos de Austin terem negado em referendo regras mais brandas para a atuação dos aplicativos Uber e Lyft, as companhias decidiram suspender nesta segunda-feira suas operações na capital do Texas, a cidade que mais cresce nos Estados Unidos e que se transformou em uma Meca para empresas emergentes.

No final de 2015, o Conselho de Austin aprovou uma lei que obrigava as empresas a submeter seus motoristas a um registro de antecedentes penais através da impressão digital, algo que Uber e Lyft se negaram a fazer, dando início a uma longa queda de braço com as autoridades da cidade.

Como resposta, as companhias forçaram então - com a entrega de um abaixo-assinado apoiado por 25 mil pessoas - que a cidade submetesse a legislação à consulta popular.

Apesar de Uber e Lyft terem investido mais de US$ 8 milhões na campanha e oferecido viagens gratuitas para que as pessoas fossem aos locais de votação, 56% dos que foram às urnas no sábado surpreenderam e apoiaram a iniciativa do governo.

"A palavra 'decepção' não consegue ilustrar como nos sentimos por ter de abandonar Austin. Mas, como os senhores já sabem, com a nova legislação, não podemos continuar", afirmou o gerente do Uber em Austin, Chris Nakutis, em comunicado.

Por outro lado, o prefeito de Austin, o democrata Steve Adler, afirmou que os cidadãos se expressaram em "alto e bom som". Porém, pediu que Uber e Lyft sigam na cidade e negociem suas condições de atuação com as autoridades locais.

No entanto, as empresas cumpriram suas ameaças e suspenderam as operações, transformando Austin na maior cidade dos EUA sem Lyft nem Uber.

Quem tenta pedir uma viagem pelo Uber, por exemplo, recebe a seguinte mensagem: "Pela legislação aprovada no Conselho Municipal, o Uber já não está disponível em Austin. Esperamos retornar no futuro sob regulação mais moderna".

O Lyft, por sua vez, pede que os usuários liguem para seus vereadores com esse propósito.

Apesar dos temores de que Austin - que conta com uma frota de táxis quase inexistente - sofresse um colapso sem o serviço das companhias, muitos dos usuários e motoristas passaram a utilizar aplicativos similares, com o GetMe.

Recentemente, Uber e Lyft já tinham deixado de operar em Galveston, Corpus Christi e Midland - todas no Texas - devido às legislações municipais.

A batalha agora será travada em Houston, a maior cidade do Texas e quarta do país, que também exige às companhias que seus motoristas passem por um registro público de antecedentes criminais. O Lyft já deixou o município, enquanto o Uber alerta que o fará em breve.

O governo do Texas, sob controle republicano e partidário da livre concorrência, anunciou que promoverá novas leis menos restritivas, para evitar a saída das empresas do estado.

"Austin pretende ser uma cidade que se antecipa ao futuro, mas isso é o que ocorre com o liberalismo. O governo ganha e as pessoas perdem", disse o comissário do Escritório Geral de Terras do Texas, George P. Bush, filho do ex-governador da Flórida Jeb Bush e sobrinho do ex-presidente George W.Bush.

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