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TV ou cadeia? O que esperar da vida de Trump caso ele perca a eleição

Antes de se tornar político, Trump já era um empresário de sucesso e foi apresentador de reality shows nos EUA. A volta para a TV seria um caminho

Donald Trump: vida do presidente americano pode mudar bastante em 2021 caso ele perca a eleição na terça-feira (Jonathan Ernst/Reuters)

Donald Trump: vida do presidente americano pode mudar bastante em 2021 caso ele perca a eleição na terça-feira (Jonathan Ernst/Reuters)

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AFP

Publicado em 2 de novembro de 2020 às 16h35.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não fala publicamente sobre a possibilidade de ser derrotado nas urnas por Joe Biden. Mas se isso acontecer na terça-feira, como seria sua vida após sua saída da Casa Branca em 20 de janeiro de 2021? Frequentemente ele recorda sua vida antes da política - "Eu tive uma ótima vida" - mas não costuma mencionar como poderia ser depois. À luz dos últimos quatro anos, é difícil imaginar uma saída discreta ou anonimato.

Um retorno à televisão?

Trump pode ficar tentado a voltar para às telas. Se ele se tornou conhecido como incorporador imobiliário nas décadas de 1980 e 1990, foi o reality show "O Aprendiz" que o levou a todos os lares americanos.

Coprodutor deste programa que apresentou entre 2004 e 2015, Trump conseguiu, apesar dos altos e baixos do seu império imobiliário, projetar uma imagem de empresário forte e carismático.
Em uma grande sala de reuniões na Trump Tower, o magnata recebia candidatos e dispensava um a cada programa, usando a frase: "Você está demitido!" ("Está despedido!").

Desde sua chegada à Casa Branca, ele criticou repetidamente a posição da Fox News por não ser 'Trumpista' o suficiente para seu gosto.

Os espectadores “querem uma alternativa agora. Eu também!”, tuitou há alguns meses. 2021 pode ser uma oportunidade para começar do zero, embora o investimento inicial possa ser um impeditivo.

Ele também pode recorrer a canais amigáveis como One America News e NewsMax TV.

Tribunais? Prisão?

Se deixar a Casa Branca, o horizonte judicial de Trump pode escurecer significativamente. É alvo de duas investigações em Nova York, cada uma delas pode levar a um processo contra ele.

O primeiro, um processo criminal movido pelo promotor Cyrus Vance de Manhattan, diz respeito a possíveis atos de evasão fiscal, fraude de seguros e manipulação contábil

O segundo, na esfera civil, foi apresentado pela procuradora do estado de Nova York, Letitia James, para apurar se a Trump Organization mentia sobre seus ativos para obter empréstimos e vantagens fiscais.

2024?

Em teoria, nada impede Trump de tentar voltar à Casa Branca em 2024. A constituição proíbe cumprir mais de dois mandatos consecutivos, mas dois mandatos não consecutivos são uma possibilidade. Apenas um homem acertou essa aposta: Grover Cleveland, no final do século XIX. Eleito em 1884, foi derrotado em 1888 e reeleito em 1892.

Mas, para isso, teria grandes obstáculos políticos a superar. Por um lado, o Partido Republicano pode ser tentado a virar a página do trumpismo, mas a questão da idade também pode surgir. Grover Cleveland tinha 56 anos quando começou seu segundo mandato. Donald Trump teria 78 anos.

Vários caminhos

No tom de provocação que tanto adora, Trump mencionou várias "pistas" nos últimos meses. Em junho, ele evocou, rindo, a possibilidade de uma "road trip" com sua esposa Melania. "Talvez eu vá de carro para Nova York com a primeira-dama. Acho que vou comprar um trailer e viajar com a primeira-dama."

Em uma nota menos romântica, ele parou alguns dias atrás durante um comício de campanha na Pensilvânia para admirar os caminhões estacionados à distância. "Bonitos caminhões! Você acha que eu poderia entrar em um deles e ir embora? Eu adoraria, apenas dirigir e pegar a estrada."

Em uma visita a The Villages, a maior comunidade de aposentados da Flórida, ele evocou uma opção mais gentil. "Estou me mudando para The Villages. Não é uma má ideia. Eu realmente gosto disso!"

Mas existe uma opção mais radical. "Não vou me sentir muito bem", disse ele há algumas semanas, aludindo à humilhação que, segundo ele, representaria uma derrota para Biden, a quem apelidou de "Joe Sonolento". "Posso deixar o país."

 

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