A ousada operação em maio 2011 contra o líder da Al-Qaeda foi o evento mais espetacular do primeiro mandato de Obama. (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 2 de novembro de 2012 às 11h22.
É tudo uma questão de timing no show business, mas John Stockwell, diretor do primeiro filme sobre a operação militar que matou Osama bin Laden, acredita ser improvável que a exibição de sua obra na televisão no domingo mude o resultado da eleição presidencial americana.
O anúncio no mês passado de que o filme "SEAL Team Six: The Raid on Osama bin Laden" (Equipe Seis Seal: o ataque a Osama bin Laden, em tradução livre) seria exibido pela primeira vez pelo canal National Geographic a apenas dois dias da eleição presidencial de 6 de novembro provocou questionamentos.
O fato de que Harvey Weinstein, o poderoso produtor de Hollywood e que arrecada fundos para a campanha de Obama, é o distribuidor e um dos diretores da produção deste thriller de 90 minutos alimentou a polêmica em torno do filme.
Em entrevista na quinta-feira, o diretor John Stockwell negou a suspeita de propaganda em favor do atual presidente e rejeitou a alegação de que o filme tem como objetivo atrair os indecisos, faltando menos de 48 horas para a abertura dos locais de votação.
"Este filme nunca foi escrito ou filmado com esta intenção", disse à AFP.
A ousada operação em maio 2011 realizada por uma unidade de elite da Marinha dos Estados Unidos contra o líder da Al-Qaeda foi o evento mais espetacular do primeiro mandato de Obama.
O presidente aparece várias vezes no filme, rodado na Índia e no Novo México, mas apenas na forma de imagens de arquivo.
Cam Gigandet, um dos vampiros de "Crepúsculo", é a estrela do comando Seal, onde também encontramos o rapper Xzibit. Kathleen Robertson, conhecida por seu papel na série "Beverly Hills, 90210" faz o papel de uma analista da CIA.
Bin Laden é interpretado por Yon Kempton, que não diz uma só palavra antes de ser morto a tiros em um quarto sem luz, com uma Kalashnikov na mão.
Quanto à data de lançamento do filme, John Stockwell indicou que foi o National Geographic (de propriedade do grupo conservador Murdoch), que havia escolhido.
O filme vai ser postado por Netflix na segunda-feira e, em seguida, lançado nos cinemas na quinta-feira dia 8.
Outro filme sobre a caçada a Bin Laden - "Zero Dark Thirty" - dirigido por Kathryn Bigelow será rodado no Iraque e lançado pela Sony em 2013.
Para colher informações, Stockwell se reuniu com membros atuais e antigos do Seal, bem como funcionários da inteligência ou da Casa Branca, mas não oficialmente, e sem a possibilidade de sobreposição de informações.
"Eu não tive qualquer colaboração formal ou acesso oficial a qualquer coisa", afirmou Stockwell. "O que me fascinou ... foi constatar as muitas discussões dentro dos serviços de inteligência, da Casa Branca e do Departamento de Defesa, e como as coisas poderiam ter dado errado".
Grande parte do filme foi filmado antes da publicação em agosto do livro "Um dia difícil" ("No Easy Day"), escrito por um verdadeiro membro da equipe Seal e, segundo o qual, Bin Laden não estava armado quando foi morto.
"A verdade é que daqui a 10 anos, ainda não saberemos a verdadeira história desta missão. Quem pode dar a verdadeira e exaustiva versão dos fatos?", questiona Stockwell.