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Tusk vai à Turquia pedir mais cooperação na crise migratória

A reunião ocorre três dias antes de uma cúpula crucial em Bruxelas entre a UE e a Turquia que estará centrada nesta crise


	Refugiados: paralelamente, o presidente francês recebeu a chanceler alemã para tentar encontrar juntos soluções à crise
 (Aris Messinis / AFP)

Refugiados: paralelamente, o presidente francês recebeu a chanceler alemã para tentar encontrar juntos soluções à crise (Aris Messinis / AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de março de 2016 às 13h35.

O presidente do Conselho Europeu, o polonês Donald Tusk, abordará nesta sexta-feira em Istambul com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, a crise migratória que atinge a Europa, com mais de 1,25 milhão de solicitantes de asilo em 2015.

A reunião ocorre três dias antes de uma cúpula crucial em Bruxelas entre a UE e a Turquia que estará centrada nesta crise.

Paralelamente, o presidente francês, François Hollande, recebia na manhã desta sexta-feira a chanceler alemã, Angela Merkel, no Eliseu para tentar encontrar juntos soluções à pior crise migratória desde a Segunda Guerra Mundial.

Mais de 130.000 migrantes chegaram à Europa desde janeiro, segundo números do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Mais de 1,25 milhão de pessoas, principalmente sírios, afegãos e iraquianos, pediram asilo nos países da União Europeia (UE) em 2015, anunciou nesta sexta-feira o escritório europeu de estatísticas Eurostat.

O número, que marca um recorde, se multiplicou por mais de dois em relação a 2014 (+123%), disse o Eurostat em um comunicado.

No total, 1.255.600 pessoas pediram proteção internacional em um dos 28 países membros da UE, 35% delas na Alemanha.

Tusk, que realiza um giro regional pelos países na linha de frente da crise, exigiu na quinta-feira a partir de Atenas novas medidas para frear o fluxo migratório e solicitou aos migrantes econômicos que não se dirijam à Europa.

"Quero lançar um apelo a todos os migrantes econômicos ilegais potenciais, de onde forem. Não venham à Europa. Não acreditem nos traficantes. Não coloquem em risco suas vidas e seu dinheiro. Tudo isso não servirá de nada", disse.

A Comissão Europeia divulgou nesta sexta-feira um plano que tem por objetivo fazer com que o espaço de livre circulação de pessoas Schengen volte a funcionar normalmente até o fim de 2016.

"O objetivo é levantar todos os controles nas fronteiras internas até dezembro", indicou o executivo europeu, que advertiu que o colapso do sistema custaria bilhões de euros à União Europeia.

Alguns países europeus impuseram nas últimas semanas, de forma unilateral, controles em suas fronteiras para conter a entrada de migrantes.

Tusk aproveitou uma reunião na quinta-feira com o primeiro-ministro turco, Ahmed Davutoglu, para afirmar que o fluxo migratório continua sendo "alto demais".

"É necessário tomar novas medidas", estimou o funcionário europeu, que sugeriu a criação de um "mecanismo rápido e em grande escala destinado a expulsar os migrantes irregulares que chegam à Grécia".

A Grécia se converteu no principal porto de chegada de migrantes à Europa.

Schengen

A Comissão Europeia divulgou nesta sexta-feira um plano para fazer com que o espaço de livre circulação de pessoas Schengen volte a funcionar normalmente até o fim deste ano e alertou que o colapso do sistema custaria milhões de euros à União Europeia.

"O objetivo é levantar todos os controles nas fronteiras antes de dezembro para que possamos voltar a um funcionamento normal do espaço Schengen antes do final de 2016", indicou o executivo europeu em um comunicado.

Alguns países europeus impuseram nas últimas semanas, de forma unilateral, controles em suas fronteiras para conter a entrada de migrantes.

Tusk aproveitou uma reunião na véspra com o primeiro-ministro turco Ahmet Davutoglu para enfatizar que o fluxo migratório continua muito alto e que é necessária a criação de um "mecanismo rápido e em grande escala para expulsar os migrantes irregulares que chegam à Grécia".

Solidariedade

A Turquia disse na quarta-feira estar disposta a assinar com 14 países um acordo de readmissão em seu território de migrantes clandestinos.

Assinou em novembro com a UE um acordo no qual se comprometia a frear o fluxo de migrantes em troca de uma ajuda de 3 bilhões de euros e uma aceleração de seu processo de adesão ao bloco europeu. Mas este acordo não trouxe os resultados esperados.

Davutoglu, cujo país acolhe 2,7 milhões de refugiados sírios, reiterou na quinta-feira que seu país está determinado a "fazer tudo o que for necessário" para conter esta crise.

Tusk também criticou na quinta-feira as decisões unilaterais tomadas por alguns países da UE que impuseram quotas de entrada aos seus territórios que - disse - "prejudicam o espírito europeu de solidariedade".

O fechamento parcial das fronteiras nos países da rota dos Bálcãs, tomada pelos refugiados que desejam chegar aos países do norte da Europa, deixou milhares de migrantes bloqueados na Grécia.

Texto atualizado às 13h35.

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