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Tusk: Reino Unido deve fazer divórcio antes de abordar comércio

O Reino Unido queria negociar simultaneamente o divórcio e a futura relação comercial com a UE

Donald Tusk: "é a única abordagem possível", escreveu Tusk em sua carta (Kacper Pempel/Reuters)

Donald Tusk: "é a única abordagem possível", escreveu Tusk em sua carta (Kacper Pempel/Reuters)

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AFP

Publicado em 28 de abril de 2017 às 12h03.

O Reino Unido deverá resolver primeiro o seu divórcio com a União Europeia (UE) antes de iniciar as negociações sobre um futuro acordo comercial com Bruxelas, advertiu nesta sexta-feira o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.

"Antes de falar sobre o nosso futuro, temos que solucionar os assuntos do passado", afirmou Tusk em uma carta dirigida aos chefes de Estado e de governo dos outros 27 países do bloco antes da cúpula de sábado dedicada ao Brexit.

O Reino Unido queria negociar simultaneamente o divórcio e a futura relação comercial com a UE.

"Gostaria que estivéssemos unidos em torno deste princípio chave na próxima cúpula: será necessário resolver os assuntos relacionados às pessoas, às finanças e à Irlanda" antes de negociar um acordo comercial, insistiu Tusk.

Estes são os três grandes temas que as duas partes têm sobre a mesa, começando pelo futuro dos cerca de três milhões de cidadãos da UE que vivem no Reino Unido e do milhão de britânicos residentes na UE.

Em segundo lugar, as finanças, ou seja, a conta a ser paga pelos britânicos para sair da UE, estimada em 60 bilhões de euros pelos europeus.

Por último, a questão da fronteira entre a República da Irlanda e a província britânica da Irlanda do Norte.

"Não é apenas uma questão de tática mas, diante do tempo limitado que temos para fechar as negociações, é a única abordagem possível", escreveu Tusk em sua carta.

Estas declarações foram divulgadas um dia após uma troca de advertências entre a chanceler alemã, Angela Merkel, e a primeira-ministra britânica, Theresa May, sobre as negociações sobre a saída do Reino Unido da UE, prevista para março de 2019.

"Um terceiro país não gozará dos mesmos direitos, ou de direitos mais vantajosos, que um país membro" da União Europeia (UE), afirmou Merkel ante o Parlamento alemão.

No fim da tarde, May reagiu acusando os outros 27 países europeus de se unirem contra seu país.

Os britânicos decidiram abandonar a União Europeia em um referendo realizado em junho de 2016.

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