Recep Tayyp Erdogan, primeiro-ministro turco: investigações afetam pessoas próximas ao Executivo e o partido governamental (Umit Bektas/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de janeiro de 2014 às 08h51.
Ancara - O Governo turco transferiu cerca de cinco mil policiais que trabalhavam em algumas investigações por corrupção que afetam pessoas próximas ao Executivo e o partido governamental, segundo a apuração feita nesta quinta-feira por vários meios de comunicação locais.
O jornal "Habertürk" diz que com a mudança na quarta-feira de 600 agentes em várias cidades, já chega a quase cinco mil o número total de efetivos que foram colocados em outros postos há um mês.
Este meio especifica que só em Ancara, a capital, foram transferidos já cerca de três mil agentes, enquanto em Istambul, a maior cidade do país, o número alcança os 1.612.
Segundo o jornal "Vatan", o número total de mudanças é de 4 mil, enquanto em Birgün o número é de 1.500 mudanças de postos.
Ontem, 470 agentes de Ancara, a maioria destinados no departamento contra o contrabando e o crime organizado, foram colocados em outros postos menos influentes.
Entre os oficiais recolocados figura o chefe do departamento de delitos financeiros, que foi nomeado subchefe na unidade de antidistúrbios.
Este oficial estava a cargo de uma investigação sobre corrupção no porto da cidade de Esmirna, na qual aparece envolvido o candidato a prefeito do governamental Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP).
Além das mudanças na polícia, o Executivo transferiu mais de cem juízes e promotores que são considerados próximos ao movimento islamita de Fethullah Gülen, quem o primeiro-ministro, Recep Tayyp Erdogan, acusa de conspirar contra seu Governo.
O Executivo também propôs uma reforma do principal órgão da judiciário, conhecido por sua siglas HSYK, que o colocaria sob controle do Ministério da Justiça, algo que a oposição, e inclusive a União Europeia, viram como uma ameaça para a separação de poderes e o estado de Direito.