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Turquia traça perfil do autor de chacina em boate de Istambul

Dois cidadãos estrangeiros foram detidos nesta terça no aeroporto internacional Ataturk de Istambul

Ataque em Istambul: polícia divulgou várias fotos do suspeito de ter assassinado 39 pessoas (Agência Dogan/AFP)

Ataque em Istambul: polícia divulgou várias fotos do suspeito de ter assassinado 39 pessoas (Agência Dogan/AFP)

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AFP

Publicado em 3 de janeiro de 2017 às 11h52.

O perfil do suspeito da matança na discoteca Reina de Istambul está sendo traçado pelas autoridades nesta terça-feira, com a divulgação de novas imagens do homem, foragido.

A polícia divulgou várias fotos do suspeito de ter assassinado 39 pessoas, a maioria estrangeiras, que comemoravam o Réveillon no exclusivo clube, um dos mais famosos da metrópole turca.

Além disso, dois cidadãos estrangeiros foram detidos nesta terça no aeroporto internacional Ataturk de Istambul, informou a agência de notícias Dogan.

As duas pessoas, cuja nacionalidade não foi informada, foram detidas na entrada do terminal de partidas internacionais e transferidas ao quartel-general da segurança em Istambul.

Segundo o jornal Hurriyet, os investigadores acreditam que o autor do atentado, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI), é oriundo de um país da Ásia Central e foi treinado para dominar o uso de armas.

O jornalista Abdulkadir Selvi, ligado ao governo, afirma no jornal que as autoridades identificaram o agressor e que ele teria combatido nas fileiras do EI na Síria.

O governo turco, que admitiu que a investigação está sendo difícil, informou na segunda-feira que foram obtidos dados relativos às impressões digitais e ao aspecto do assassino, sem dar maiores detalhes.

A agência turca Dogan difundiu um vídeo, onde ele é visto se filmando enquanto passeia tranquilamente pela famosa praça Taksim, muito frequentada por turistas.

Quatorze pessoas foram detidas por suposto envolvimento no ataque, segundo a agência de notícia pró-governamental Anadolu.

O atentato do Ano Novo foi realizado num momento em que o exército turco tenta tomar a cidade Al Bab, um reduto do EI no norte da Síria, onde Ancara lançou uma ofensiva contra os jihadistas e as milícias turcas.

Em seu comunicado, o grupo radical acusa a Turquia, um país de maioria muçulmana, de ter se aliado aos cristãos, provavelmente em alusão à participação turca na coalizão internacional anti-extremista, liderada por Washington.

O primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, afirmou nesta terça que seu país continuará lutando contra o terrorismo onde quer que seja.

Outros meios de comunicação informaram nesta terça que o suspeito teria chegado em novembro passado a Konya (sul) com sua esposa e seus dois filhos para "não chamar a atenção".

A esposa pode ser uma das pessoas atualmente detidas, segundo a Dogan.

De acordo com Selvi, as autoridades querem capturar o agressor vivo para poder desmantelar uma possível rede de terroristas e abortar futuros ataques

Turquia, principal objetivo

A matança na boate Reina acontece apesar do forte esquema de segurança em Istambul, uma metrópole que já sofreu grandes atentados no ano passado.

Os investigadores acham que o suspeito pode estar vinculado à célula que cometeu o triplo tentado suicida no aeroporto de Atatürk, em Istambul, que em junho passado deixou 47 mortos, e foi atribuído pelas autoridade ao EI.

Este atentado, o último de uma longa série que sacudiu o país em um ano e meio, parece indicar que a Turquia se converteu num dos principais objetivos do EI.

O Estado-Maior turco anunciou, por sua parte que 18 "terroristas do Daesh" (acrônimo em árabe do EI) morreram nos combates e em bombardeios em Al Bab na véspera.

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