Manifestantes anti-governo em uma passeata em Istambul, na Turquia: relatório acusou a polícia turca de usar força excessiva para reprimir os protestos (Umit Bektas/Reuters)
Da Redação
Publicado em 19 de outubro de 2013 às 11h39.
ISTAMBUL - A Turquia rejeitou no sábado as críticas da União Europeia sobre a maneira como lidou com os protestos contra o governo no começo do ano, mas disse que um relatório sobre o seu progresso no sentido de se juntar ao bloco mostrou que o país está se aproximando dos padrões democráticos e econômicos europeus.
Na primeira resposta oficial do governo ao relatório da comissão, divulgado na quarta-feira, Egemen Bagis, ministro dos assuntos da UE, disse que o apoio da Comissão Europeia para novas conversas sobre uma nova política da região provou que a Turquia está fazendo progressos no seu processo de reforma.
"Estamos felizes porque o relatório de progresso deste ano destaca as importantes reformas que a Turquia tem feito", disse Bagis.
"É incontestável que a Turquia está agora, mais perto do que nunca, dos padrões da UE em termos de democracia, direitos humanos e desenvolvimentos econômicos", ele disse em um comunicado enviado por email.
O relatório sobre os esforços da Turquia para atender aos requisitos e se juntar aos 28 países da UE pode ajudar a dar uma nova vida ao pedido da Turquia de ingressar no bloco.
Mas o relatório também acusou a polícia turca de usar força excessiva para reprimir os protestos contra o governo, no início do ano, e pressionou as autoridades a fortalecerem a supervisão da polícia e a seguir em frente com as investigações sobre a sua conduta.
Os protestos eclodiram em toda a Turquia depois que a polícia dispersou um protesto contra a demolição de uma praça, em Istambul. Seis pessoas morreram e mais de 8 mil ficaram feridas em duas semanas de confrontos, em junho.
Bagis rejeitou as críticas do relatório sobre como o governo lidou com os protestos.
"Achamos que é importante ressaltar que nós jamais enxergaremos esforços que fazem uso da violência e de métodos ilegais contra a paz do nosso país e do nosso povo como uma luta por direitos", disse ele.
A Turquia começou as negociações com a UE em 2005, 18 anos depois de solicitar a sua adesão. Mas a sua recusa em abrir seus portos para os cipriotas gregos e a oposição pública da Alemanha e França, em deixar que uma nação grande, pobre e muçulmana se junte ao bloco, adiaram o progresso das negociações.