Bebida tradicional: há vários anos, a festa do raki, é um dos eventos turísticos mais importantes de Adana (Kerem Uzel / Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2015 às 13h18.
A decisão das autoridades turcas de proibir uma festa dedicada ao raki, uma bebida alcoólica tradicional, que acontece no mês de novembro na cidade de Adana, provocou uma nova polêmica sobre a islamização do país.
"Não queremos que as pessoas bebam álcool e não podemos tolerar a publicidade", disse o governador da cidade, Mustafa Büyük.
Várias organizações islamitas haviam solicitado o cancelamento da festa, que a cada ano reúne milhares de pessoas, porque a consideram "ignóbil" em um país muçulmano como a Turquia.
O prefeito nacionalista da cidade, Hüseyin Sözlu, criticou a proibição e denunciou uma "violação das liberdades individuais".
Há vários anos, a festa do raki, organizada por associações locais, é um dos eventos turísticos mais importantes de Adana. Em 2014 reuniu 20.000 pessoas.
O partido conservador-islâmico do presidente Recep Tayyip Erdogan, no poder há 13 anos, aumentou consideravelmente os impostos sobre o tabaco e o álcool, oficialmente por razões de saúde pública.
Mas a oposição afirma que a medida pretende "islamizar" a república oficialmente laica, fundada por Mustafa Kemal Atatürk em 1923.