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Turquia pode reconsiderar sua posição sobre UE, diz Erdogan

O presidente turco afirmou que uma decisão de colocar o país em uma lista de observação foi "inteiramente política" e que Ancara não reconhece a decisão

Tayyip Erdogan: “Se eles não estão agindo sinceramente, temos que encontrar uma saída. Por que temos que esperar mais? Estamos falando sobre 54 anos” (Murad Sezer/Reuters)

Tayyip Erdogan: “Se eles não estão agindo sinceramente, temos que encontrar uma saída. Por que temos que esperar mais? Estamos falando sobre 54 anos” (Murad Sezer/Reuters)

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Reuters

Publicado em 25 de abril de 2017 às 21h57.

Ancara - O presidente turco, Tayyip Erdogan, disse à Reuters nesta terça-feira que a Turquia irá reconsiderar sua posição de entrada na União Europeia caso seja mantida esperando por muito mais tempo e caso persista a atual mentalidade hostil de alguns Estados membros.

Erdogan afirmou que uma decisão desta terça-feira da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, um importante órgão de direitos humanos, de colocar a Turquia em uma lista de observação foi "inteiramente política" e que Ancara não reconhece a decisão.

Ele disse estar pronto para levar a pergunta de participação na UE para um referendo e que a Turquia não pode aguardar indefinidamente na porta após 54 anos.

“Se eles não estão agindo sinceramente, temos que encontrar uma saída. Por que temos que esperar mais? Estamos falando sobre 54 anos”, disse em entrevista no palácio presidencial, em Ancara.

"O Reino Unido perguntou ao povo e eles votaram pelo Brexit (saída do Reino Unido da UE)... Eles têm a consciência limpa, estão andando em direção a um novo futuro, e a mesma coisa foi conduzida pela Noruega... e a mesma coisa pode ser aplicada também à Turquia".

Erdogan destacou a eleição presidencial francesa, na qual a líder da extrema-direita Marine Le Pen ameaçou tirar a França da União Europeia, e disse que o bloco está "à beira da dissolução".

"Um ou dois países não podem manter a UE viva. É necessário um país como a Turquia, um país diferente, simbolizando uma fé diferente, isto iria torná-la muito forte", declarou.

"Mas os Estados membros da EU não parecem perceber este fato. Eles estão encontrando dificuldades em absorver um país muçulmano como a Turquia."

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