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O malvado favorito da Europa

O acordo da União Europeia com a Turquia, que recebe de volta os refugiados barrados entrar no continente, é uma das poucas políticas de sucesso em meio ao caos dos imigrantes. Nesta sexta-feira, ministros europeus se reúnem para discutir um novo acordo, desta vez para conter os migrantes da Líbia. O problema com a Turquia é […]

REFUGIADOS: imigrantes que serão mandados de volta à Turquia protestam na ilha de Lesbos, na Grécia / Giorgos Moutafis/Reuters (Giorgos Moutafis/Reuters)

REFUGIADOS: imigrantes que serão mandados de volta à Turquia protestam na ilha de Lesbos, na Grécia / Giorgos Moutafis/Reuters (Giorgos Moutafis/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2016 às 19h10.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h32.

O acordo da União Europeia com a Turquia, que recebe de volta os refugiados barrados entrar no continente, é uma das poucas políticas de sucesso em meio ao caos dos imigrantes. Nesta sexta-feira, ministros europeus se reúnem para discutir um novo acordo, desta vez para conter os migrantes da Líbia. O problema com a Turquia é outro: o perfil anti-democrático do presidente Tayyip Erdoğan tem causado arrepios nos europeus.

Em 2015, a Europa viu entrarem no continente 1,3 milhões de migrantes, a maioria sírios. O acordo com a Turquia é de 24 bilhões de dólares, e foi firmado no fim de março. Mas a própria União Europeia está reconsiderando se a Turquia é um asilo seguro para os refugiados. Cidades como Ancara e Istambul têm sido palco de conflitos armados frequentes com os curdos e o país está à beira de uma guerra civil. O Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que representa os rebeldes, é aliado do regime de Bashar al Asssad, na Síria, e é inimigo da Turquia.

Esta semana, Erdoğan lançou mão de uma medida para minar as ações dos curdos, aprovando uma lei que permite a acusação criminosa de parlamentares. A medida foi vista pelos europeus como um atentado à democracia para garantir poderes quase ditatoriais ao presidente.

As manobras de Erdogan levam um número crescente de europeus a questionar a entrada da Turquia no bloco, prevista para 2020. Parte do acordo de recepção dos refugiados previa a liberação de vistos para turcos, mas nada foi feito. Assim, seguem as ameaças. A Turquia afirma que, caso a União Europeia continue a descumprir o combinado, vai fechar as portas para os refugiados. Nessa queda de braço, pior para os imigrantes.

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