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Turquia não romperá com Alemanha por votação sobre genocídio

"Isto não quer dizer, no entanto, que não vamos reagir, que não diremos nada", disse o primeiro-ministro turco


	Genocídio: "isto não quer dizer, no entanto, que não vamos reagir, que não diremos nada", disse o primeiro-ministro turco
 (Getty Images)

Genocídio: "isto não quer dizer, no entanto, que não vamos reagir, que não diremos nada", disse o primeiro-ministro turco (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2016 às 14h17.

Turquia e Alemanha são aliados muito importantes e a relação entre os países não irá se deteriorar completamente após o reconhecimento pelo Parlamento alemão do genocídio armênio, afirmou nesta sexta-feira o primeiro-ministro turco, embora tenha anunciado represálias após esta iniciativa, mal recebida em seu país.

"Alemanha e Turquia são dois aliados muito importantes. Ninguém deve esperar que as relações se deteriorem completamente de uma vez só por causa desta decisão ou de decisões similares", disse Binali Yildirim em uma tentativa aparente de manter as tensões sob controle.

"Isto não quer dizer, no entanto, que não vamos reagir, que não diremos nada", completou.

A Turquia não escondeu a irritação na quinta-feira com a aprovação na Câmara Baixa do Parlamento alemão de uma resolução sobre o genocídio armênio. O país convocou seu embaixador em Berlim para consultas.

Em plena crise migratória na Europa, na qual a Turquia tem um papel determinante, esta votação do Parlamento alemão complica as já tensas relações entre Ancara e Berlim.

Ancara ameaça não aplicar um controverso acordo assinado com a União Europeia - e impulsionado pela Alemanha - que reduziu sensivelmente o fluxo de migrantes à Europa.

Esta resolução do Bundestag "afetará seriamente as relações entre Turquia e Alemanha", advertiu na quinta-feira depois da votação o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que prometeu uma decisão sobre o "procedimento" a ser realizado em resposta depois de retornar de uma visita ao Quênia.

Yildirim reiterou, por sua vez, que Ancara considera a resolução "nula" e disse que "afetou seriamente as relações entre Alemanha e Turquia". Ele prometeu "respostas apropriadas".

"Independentemente das condições, continuaremos as relações com nossos amigos, com nossos aliados", destacou, no entanto.

Mas estas tensões geram inquietação na União Europeia, que tem dificuldades e recebe críticas pelo polêmico acordo sobre os migrantes assinado com Ancara.

A Turquia exige uma isenção de vistos de entrada na UE para seus cidadãos, e rejeita as condições impostas para isso por Bruxelas.

Pouco depois da votação no Parlamento alemão, a Alemanha tentou apaziguar a revolta da Turquia - um importante sócio econômico e no setor do turismo - através de sua chanceler, Angela Merkel, que disse que seu governo desejava favorecer "o diálogo entre Armênia e Turquia".

Os armênios consideram que 1,5 milhão de pessoas foram assassinadas de maneira sistemática ao final do Império Otomano, em 1915.

Muitos historiadores e mais de 20 países, entre eles França, Itália e Rússia, reconhecem o genocídio dos armênios.

A Turquia afirma que o que aconteceu foi uma guerra civil, ao que se adicionou a fome, na qual morreram de 300.000 a 500.000 armênios e outros tantos turcos quando as forças otomanas e a Rússia disputavam o controle de Anatolia

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