Khashoggi: a princípio, a França negou ter recebido o material turco (Osman Orsal/Reuters)
EFE
Publicado em 12 de novembro de 2018 às 14h22.
Última atualização em 12 de novembro de 2018 às 14h25.
Istambul - O governo da Turquia confirmou nesta segunda-feira que compartilhou com vários governos, entre eles o da França, gravações de áudio e transcrições relativas ao assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi.
"Em 24 de outubro, um representante dos serviços secretos franceses escutou a gravação de áudio e recebeu informação detalhada a respeito, incluindo uma transcrição desta gravação", confirmou à Agência Efe por telefone um porta-voz do gabinete da presidência turca.
Um comunicado da presidência turca afirma que "o caso de Khashoggi já teria sido varrido para baixo do tapete se não fossem os esforços da Turquia para esclarecê-lo".
A nota desmente as declarações do ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, que garantiu nesta segunda-feira não ter informações entregues pela Turquia e acusou o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, de "fazer um jogo político" no caso Khashoggi.
"Compartilhamos as provas do assassinato de Khashoggi com alguns governos de países amigos. Se houver uma falha de comunicação entre as diferentes instituições do Estado francês, este problema deve ser resolvido pelas autoridades francesas, não pela Turquia", indica o comunicado da presidência turca.
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, confirmou nesta segunda-feira que agentes canadenses escutaram as gravações turcas. Erdogan já disse no sábado passado que o governo turco tinha compartilhado as gravações do caso Khashoggi "com Arábia Saudita, Estados Unidos, Alemanha, França, Reino Unido... com todos".
Erdogan não esclareceu de que tipo de gravações de áudio se trata nem o que pode ser escutado nelas, mas insistiu que provam que Khashoggi foi assassinado no consulado saudita em Istambul por uma equipe de agentes enviados de Riad para cometer o crime.