Turquia: ministro de Relações Exteriores do país falou por telefone com o representante americano, Mike Pompeo (Osman Orsal/Reuters)
EFE
Publicado em 7 de agosto de 2018 às 16h16.
Istambul - O governo da Turquia enviará nesta terça-feira uma delegação aos Estados Unidos para tentar diminuir as tensões causadas pela prisão de um pastor americano na Turquia há dois anos, o que resultou a imposição mútua de sanções a vários ministros.
A delegação viajará nesta noite a Washington, onde terá amanhã uma primeira reunião com altos cargos americanos, segundo informou a agência turca "Anadolu". A equipe, composta por nove pessoas, é liderada pelo recém-nomeado secretário de Estado para questões do Oriente Médio, Sedat Önal.
Esse gesto ocorre um dia após o ministro turco de Relações Exteriores, Mevlüt Çavusoglu, ter falado por telefone com o representante americano, Mike Pompeo, com o qual já tinha se reunido pessoalmente em Singapura na sexta-feira passada.
A embaixada americana em Ancara emitiu nesta terça-feira um comunicado pelo Twitter para reafirmar que os EUA "seguem considerando a Turquia um firme amigo e aliado, apesar das tensões existentes".
"Nossos países mantêm uma dinâmica relação econômica", acrescenta o tweet, que desmente que um alto cargo americano tenha dito que a lira turca em breve equivalerá a sete unidades por dólar.
A moeda turca perde valor há três anos, mas em 2018 teve a queda acelerada, caindo 20% em apenas três meses, ao mesmo tempo que se intensificavam as tensões com os Estados Unidos. Ontem, chegou a picos de 5,4 liras por dólar.
Embora as relações bilaterais tenham várias frentes abertas, o ponto mais delicado é o do pastor protestante Andrew Brunson, detido há dois anos sob a acusação de possuir vínculos terroristas.
Washington considera as acusações absurdas e exige a libertação do religioso, motivo pelo qual na quarta-feira passada impôs sanções econômicas aos ministros turcos de Interior e Justiça, gesto ao qual Ancara respondeu no sábado com a mesma medida.