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Turquia eleva o tom com a Síria, onde mais 12 morreram

Repressão do regime de Bashar al-Assad continua e líderes da região aumentam a pressão pelo fim da violência

"O dia chegará e você terá que partir também" disse o primeiro-ministro turco para Assad (Carlos Alvarez/Getty Images)

"O dia chegará e você terá que partir também" disse o primeiro-ministro turco para Assad (Carlos Alvarez/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2011 às 15h46.

Damasco - Ancara ergueu a voz nesta segunda-feira contra a Síria ao afirmar que o presidente Bashar al-Assad, cujo regime é alvo de uma revolta sem precedentes há oito meses, não pode continuar no poder com "tanques e armas".

A violência no país continuou hoje com doze pessoas mortas pelas forças de segurança, que abriram fogo durante perseguições nas províncias de Homs e Hama, informou o Observatório Sírios dos Direitos Humanos (OSDH). Além disso, os corpos de três presos, torturados, foram devolvidos às respectivas famílias.

A agência de notícias Sana anunciou, por sua vez, a morte de "quatro terroristas, entre eles um dos mais procurados, Khaled al-Rajeh, conhecido como Badar", e o sequestro de dois juízes, de um motorista de ambulância e de seu passageiro por "terroristas armados".

Enquanto isso, peregrinos turcos foram atacados na madrugada desta segunda-feira. Segundo os canais de televisão CNN-Türk e NTV, eles estavam em um ônibus que se perdeu próximo a Homs antes de ser parado por soldados sírios, que atiraram.

A agência de notícias turca Anatolia informou que o autor do ataque foi um grupo armado. Procurado pela AFP, o Ministério turco das Relações Exteriores confirmou "um ataque em território sírio", sem mais detalhes.

Muitos turcos pegaram a estrada que passa pela Síria para voltar para a Turquia após o ritual de peregrinação a Meca.

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, disse nesta segunda-feira que os dias do presidente Assad estão contados.

"O dia chegará e você terá que partir também", afirmou Erdogan durante um fórum internacional em Istambul ao chefe de Estado sírio.

A Arábia Saudita exigiu nesta segunda-feira que o regime de Assad adote plenamente o plano de saída da crise, elaborado pela Liga Árabe e oficialmente aceito por Damasco em novembro.


O Conselho de Ministros sauditas pediu que Damasco "respeite os compromissos firmados" no plano, que inclui o fim da violência. Foi ressaltada "a importância de assegurar a proteção dos civis sírios e o fim dos assassinatos e atos de violência".

A Liga Árabe, que suspendeu a participação da Síria na organização, deu um ultimato para Damasco até sábado à noite para que acabe com a repressão, sob pena de sanções econômicas.

Apesar do aumento da pressão internacional, o regime sírio parece determinado a manter a violência a todo custo. O ministro sírio das Relações Exteriores, Walid Mouallem, advertiu na noite de domingo que seu país estava pronto para lutar.

O regime em Damasco enfrenta desde meados de março uma onda de contestação que degenerou em um conflito armado, com o recrudescimento dos confrontos entre soldados e desertores do exército regular.

No entanto, Walid Mouallem rejeitou os temores de "guerra civil" expressos pelos Estados Unidos e pela Turquia.

Na sexta-feira, a secretária do Estado americana, Hillary Clinton, disse que "acredita em uma possível guerra civil, com uma oposição muito determinada, bem armada e financiada", enquanto Davutoglu declarou à AFP que "existia um risco de progressão para a guerra civil".

"Se lermos bem as palavras de Hillary Clinton e de Davutoglu, veremos que eles estão impulsionando o país nesta direção", denunciou Mouallem.

O movimento xiita armado Hezbollah e seu aliado Amal afirmaram nesta segunda-feira que o Líbano continuará a apoiar o Irã e a Síria contra uma "conspiração internacional", quando a pressão internacional é cada vez maior sobre estes dois países .

"Os eventos na Síria são claramente uma conspiração internacional contra o apoio da Síria aos movimentos de resistência árabe e islâmica na região", disseram em um comunicado.


Em Londres, o ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, recebeu pela primeira vez os opositores sírios, uma iniciativa que busca aumentar a pressão sobre o regime de Assad sem constituir um "reconhecimento formal".

O ministro iraquiano das Relações Exteriores, Hoshyar Zebari, em uma visita a Doha, descartou uma intervenção estrangeira na Síria e advertiu contra o risco de uma guerra civil que "afetará toda região."

França, Alemanha e Reino Unido pretendem apresentar uma resolução na Assembleia Geral da ONU condenando a repressão. A votação deve ocorrer terça-feira, dois dias antes da nova reunião da Liga Árabe.

O ministro russo das Relações Exteriores, Sergueï Lavrov, afirmou que a oposição de alguns países ocidentais a um diálogo entre opositores e o regime do presidente Assad parece uma provocação.

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