O chefe da diplomacia turca e o presidente do Curdistão iraquiano em conferência no Iraque: terrorista na Síria é "ameaça comum" aos países (Marwan Ibrahim/AFP)
Da Redação
Publicado em 2 de agosto de 2012 às 12h31.
Istambul - O chefe da diplomacia da Turquia, Ahmet Davutoglu, e o presidente do Curdistão iraquiano, Massud Barzani, consideraram nesta quinta-feira que a presença na Síria de grupos "terroristas" significava uma "ameaça comum".
Davutoglu e Barzani "ressaltaram que qualquer tentativa de explorar o vazio de poder (na Síria) por parte de um grupo ou de uma organização violenta seria considerada uma ameaça comum, que é preciso deter de forma conjunta", afirmou nesta quinta-feira o ministério turco das Relações Exteriores.
"A nova Síria deve estar livre de qualquer organização terrorista e extremista", acrescenta o comunicado do ministério, publicado após um encontro entre Davutoglu e Barzani em Erbil (norte do Iraque).
Este encontro ocorre quando o primeiro-ministro turco, Recep Tayip Erdogan, acusou na semana passada o regime sírio de ter "confiado" várias zonas do norte da Síria aos rebeldes curdos da Turquia, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), com o objetivo de prejudicar os interesses turcos.
Avisou que a Turquia poderia exercer seu direito de perseguir na Síria o PKK e sua organização irmã no país, o Partido da União Democrática (PYD).
"Não permitiremos a instalação de estruturas terroristas perto de nossa fronteira", declarou Davutoglu na sexta-feira.
A Turquia reforçou no último mês seu dispositivo militar na fronteira com a Síria.
A administração curda iraquiana desempenha um papel chave no seio das diferentes facções curdas na Síria.
No dia 11 de julho, Barzani apadrinhou em Erbil a assinatura de um acordo entre os dois principais blocos curdos de oposição - o Conselho Nacional curdo, que reúne uma dezena de partidos tradicionais curdos sírios, e o Conselho popular do Curdistão ocidental (CPKO), procedente do PYD - para unificar suas fileiras.
Os curdos representam quase 9% dos 23 milhões de sírios e denunciam há décadas discriminações sob o regime de Bashar al-Assad.