Tayyip Erdogan: presidente turco reiterou sua rejeição às YPG e ao PYD, a quem considera meras filiais do grupo armado Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) (Huseyin Aldemir/Reuters)
EFE
Publicado em 28 de dezembro de 2016 às 08h26.
Istambul - O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, acusou a coalizão internacional antijihadista liderada pelos Estados Unidos de estar oferecendo apoio a "grupos terroristas", informou nesta quarta-feira a agência "Anadolu".
Erdogan afirmou que a coalizão apoia o Estado Islâmico (EI), o curdo-sírio Partido da União Democrática (PYD, sigla em curdo), que o governo turco considera terrorista; e seu braço militar, a milícia curdo-síria Unidades de Proteção do Povo (YPG).
"(A coalizão) está dando apoio a grupos terroristas, inclusive o Daesh (acrônimo em árabe para Estado Islâmico), as YPG e o PYD. Está muito claro. Temos provas, com fotos e vídeos", disse ontem à noite Erdogan em entrevista coletiva em Ancara.
O presidente turco não apresentou nenhuma prova que sustentasse suas acusações e, no passado, já tinha criticado em várias ocasiões a coalizão antijihadista por oferecer apoio às milícias curdo-sírias em sua luta contra o EI.
O presidente turco reiterou sua rejeição às YPG e ao PYD, a quem considera meras filiais do grupo armado Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e denunciou que armamento dessas milícias curdo-sírias acabam nas mãos da guerrilha curda ativa na Turquia.
"Quero deixar claro que rejeitamos qualquer grupo que ofereça apoio ao PKK ou que permita sua campanha terrorista dentro da Turquia", reiterou Erdogan segundo o jornal "Hürriyet".
O presidente turco também se queixou da falta de apoio da coalizão na luta da Turquia contra o EI no norte da Síria ao afirmar que ela "não cumpre suas promessas".
O líder turco prometeu continuar a operação "Escudo do Eufrates", iniciada no final de agosto no norte da Síria para expulsar o EI e as milícias curdo-sírias de uma faixa fronteiriça com a Turquia.
Pelo menos 40 soldados turcos morreram até agora nessa campanha, 16 deles na quarta-feira da semana passada.
Na operação Escudo do Eufrates, a Turquia apoia facções aliadas ao Exército Livre Sírio (ELS).