Refugiados na Turquia: "Desde que começou o conflito, nasceram 152 mil crianças sírias em território turco" (REUTERS/Murad Sezer)
Da Redação
Publicado em 29 de fevereiro de 2016 às 09h14.
Genebra - O vice-primeiro-ministro da Turquia, Lutfi Elvan, disse nesta segunda-feira que seu país já abriga 2,7 milhões de refugiados sírios que fugiram da guerra civil que explodiu há cinco anos.
Em discurso pronunciado na sessão inaugural do Conselho de Direitos Humanos da ONU, Elvan sustentou que a Turquia é atualmente o país do mundo que mais tem refugiados em seu território, segundo dados da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
"Desde que começou o conflito, nasceram 152 mil crianças sírias em território turco", afirmou o político.
Além disso, o vice-primeiro-ministro advertiu que seu país gastou US$ 10 bilhões em resposta à crise dos refugiados sírios "enquanto as contribuições totais da comunidade internacional até o momento se limitaram a US$ 455 milhões".
Por isso, o político afirmou que a Turquia espera "que a comunidade internacional atue levando em conta os princípios do compartilhamento de carga" financeira e de solidariedade.
Elvan descreveu a Síria como um "país partido", e apesar de ter louvado os esforços efetuados pelo Grupo de Amigos da Síria (ISSG, por sua sigla em inglês), ao qual pertence, para conseguir a cessação de hostilidades atualmente em vigor, advertiu que "os resultados tangíveis" alcançado com este recesso nos combates "ainda serão vistos".
O vice-primeiro-ministro se referiu também ao terrorismo global e enumerou em sua listas de principais organizações terroristas o Estado Islâmico, a Al Qaeda, o Boko Haram e o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), grupo independentista com o qual a Turquia luta há décadas e contra o qual realiza uma dura ofensiva.
Por outra parte, Elvan aproveitou sua alocução para criticar a Rússia.
Elvan denunciou a situação de conflito e miséria das regiões do leste da Ucrânia controladas pelas milícias pró-russas assim como a situação na península da Crimeia, anexada por Moscou.