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Turquia demite 27 mil professores após tentativa de golpe

27.715 foram despedidos, 9.465 afastados de suas funções temporariamente, e outros 455 retornaram para seus postos, indicou o país


	Turquia: pela manhã, mais de 18 milhões de alunos começaram o ano letivo na Turquia, onde a lembrança das 270 mortes e 2.000 feridos deixados pela tentativa de golpe ainda é recente
 (Ammar Awad / Reuters)

Turquia: pela manhã, mais de 18 milhões de alunos começaram o ano letivo na Turquia, onde a lembrança das 270 mortes e 2.000 feridos deixados pela tentativa de golpe ainda é recente (Ammar Awad / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2016 às 17h20.

Mais de 27.000 professores foram demitidos na Turquia suspeitos de manter vínculos com os rebeldes curdos, ou com o religioso Fethullah Gülen, acusado de ser o instigador do golpe de Estado frustrado de 15 de julho - anunciou o vice-premiê nesta segunda-feira (19).

Do total de 850.000 professores na Turquia, "27.715 foram despedidos, 9.465 afastados de suas funções temporariamente, e outros 455 retornaram para seus postos", indicou o vice-primeiro-ministro turco, Nurettin Canikli, em uma coletiva de imprensa em Ancara, transmitida pela televisão local.

Pela manhã, mais de 18 milhões de alunos começaram o ano letivo na Turquia, onde a lembrança das 270 mortes e 2.000 feridos deixados pela tentativa de golpe ainda é recente.

Ao chegarem às aulas, os alunos receberam um folheto sobre "o triunfo da democracia em 15 de julho e em memória dos mártires". O documento foi preparado pelo Ministério da Educação.

Em seguida, todos fizeram "um minuto de silêncio em homenagem aos mártires" para depois "rezar" por eles. Depois disso, viram dois vídeos, filmados sobre a ponte de Bósforo, em Istambul, que mostra "os mártires" e "um povo que se transformou em um só homem para se opor ao golpe". A narração é do presidente Recep Tayyip Erdogan, tendo o hino nacional ao fundo.

Essa volta às aulas ocorre depois de uma onda de expurgo feita no funcionalismo público para afastar qualquer influência de Gülen. Exilado nos Estados Unidos desde 1999, o religioso é considerado por Ancara como instigador do golpe frustrado. Ele rejeita essas acusações.

Na cidade de Diyarbakir, local onde a população é majoritariamente curda, 100 alunos se manifestaram, pedindo "o retorno de (seus) professores". Os mesmos foram retirados pelas forças da ordem.

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