Combatentes curdos: "Como nunca os reconheceram (como grupos terroristas), a região se transformou em uma poça de sangue" (AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de fevereiro de 2016 às 10h45.
O presidente islamita conservador turco Recep Tayyip Erdogan denunciou nesta quarta-feira o apoio militar dos Estados Unidos aos curdos da Síria, que considera "terroristas", e afirmou que a política de Washington transformou a região em uma "poça de sangue".
"Como nunca os reconheceram (como grupos terroristas), a região se transformou em uma poça de sangue", disse Erdogan a respeito dos americanos em um discurso em Ancara.
"Oh, Estados Unidos! Não podem nos obrigar a reconhecer o PYD (Partido da União Democrática) ou as YPG (Unidades de Proteção do Povo, a milícia do PYD). Nós os conhecemos muito bem, tanto como conhecemos o Daesh (grupo jihadista Estado Islâmico)", completou o chefe de Estado turco.
Há vários meses, o apoio militar dos Estados Unidos ao PYD e às YPG, que lutam contra o EI, provoca tensões entre Washington e Ancara.
A Turquia considera os dois movimentos organizações "terroristas", vinculadas estreitamente aos rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que executa uma luta armada em território turco desde 1984.
O ministério turco das Relações Exteriores convocou na terça-feira o embaixador americano em Ancara para expressar o "mal-estar" com as declarações de um porta-voz do Departamento de Estado, que afirmou que o PYD não é um movimento "terrorista".